Câmara de Goiânia

Após audiência pública, vereadores concluem que BRT deve prosseguir com projeto original

A obra é a maior obra de mobilidade e a mais cara já executada em Goiânia, avaliada em R$ 340 milhões

Manter o projeto original e terminar o mais breve possível as obras do BRT (Bus Rapid Transport) no eixo Norte-Sul. Esta foi a conclusão a que chegaram parlamentares e técnicos presentes à audiência pública realizada na manhã de hoje (10) no Auditório Carlos Eurico, na Câmara Municipal de Goiânia, numa iniciativa de Vinícius Cirqueira (Pros) e co-autoria de Alysson Lima (PRB).

Vinícius Cirqueira abriu a reunião explicando sobre a preocupação que surgiu entre os vereadores após visita de Iris Rezende à Casa quando defendeu mudanças no trajeto do BRT, para que não passe pela avenida Goiás, onde está localizado o centro histórico da capital. A ideia do atual prefeito é que o trajeto seja do Terminal Cruzeiro até o Terminal Izidória e depois da Rodoviária até o Recanto do Bosque. “Ela começou na região norte e parou na Praça do Trabalhador”.

Alysson Lima, autor do pedido da Comissão Especial Temporária que vai fiscalizar a paralisação da obra pelo poder Legislativo, esclareceu que se trata da maior obra de mobilidade de Goiânia e a mais cara já executada no município, avaliada em cerca de R$ 340 milhões. “A previsão de término era em março de 2017, mas até o momento nem 30% foi executado, afirmou adicionando que vê com temor qualquer alteração na obra, “que na verdade vai criar dois eixos e não será interligada”.

O representante do Governo Estadual, Carlos Maranhão, defendeu a continuidade das obras e que se forem necessárias adequações preservando o centro histórico que sejam feitas, pois qualquer mudança no projeto terá que ter a aprovação federal, atrasando ainda mais a obra. Defendeu a importância da obra, que vai ligar a região metropolitana no sentido norte-sul, assim como o Eixo Leste-Oeste que vai de Senador Canedo até Goianira.

Outro convidado, o deputado federal Delegado Waldir (PSDB) disse que “o adiamento é inadequado”. Ele defendeu que a Prefeitura realize outro projeto para atender a região Noroeste e não faça a extensão do atual, sob pena de se tornar mais uma obra inacabada, como as dezenas construções de CMEIs, Macambira-Anicus, Casa de Vidro e Marginal Cascavel. “Diversos recursos que foram enviados para Goiânia não foram utilizados”, denunciou.

A falta de contrapartida do Município é uma das causas apontadas pelo engenheiro da Unidade de Coordenação do BRT Norte-Sul, Benjamin Kennedy Machado da Costa, para a paralisação do projeto. “Em 2015 houve um contingenciamento de recursos pelo Governo Federal e também pelo Município”, informou adicionando que outro entrave é o de que algumas solicitações feitas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico NacionaI (Iphan) precisam ser atendidas para a realização do corredor na avenida Goiás.

Benjamim apresentou o projeto mostrando que o canteiro da avenida Goiás, tombado como patrimônio histórico, não será alterado e que as canaletas de circulação dos veículos BRTs serão feitas no trajeto já existente. Também explicou que continuará havendo as vias laterais nos dois sentidos, o que não trará prejuízos ao comércio local. Os comerciantes foram representados por diversas entidades que acompanharam as discussões: Sindiloja; Fecomércio e CDL.

“Como um representante de um órgão técnico o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA) de Goiás não aceitará qualquer alteração no projeto original”, defendeu com veemência o presidente da entidade, Francisco de Almeida. Expôs que para ser aprovado o projeto passou pelas mãos de vários técnicos e órgãos fiscalizadores os quais deram pareceres favoráveis à obra.

Ele acrescentou que a obra “precisa ter continuidade e não pode parar no meio como ocorreu com o Paço Municipal, por exemplo, que até hoje não foi finalizado”. Almeida informou que o CREA tomará as devidas providências junto aos órgãos fiscalizadores e judiciário para que não seja alterada no seu projeto original.

O vereador Vinícius Cirqueira pretende, após as considerações levantadas, apresentar relatório visando convencer os demais colegas de parlamento para oficialmente requererem que a Prefeitura dê prosseguimento à implantação do BRT, efetuando o pagamento das contrapartidas necessárias e fazendo as adequações pedidas pelo Iphan. Alyssom Lima esclareceu que a comissão que apresentou e que deverá ser instalada em breve também irá fiscalizar a continuidade da construção da obra.