Aumentar vereadores em Goiânia é certo, mas não agora
Cidade precisa de maior representação no Parlamento, mas mudar isso agora é casuísmo
Está aberto o debate sobre o aumento no número de vereadores em Goiânia. Candidatos derrotados que ficaram como suplentes planejam acionar a justiça para que novas vagas sejam abertas. Eles querem o óbvio: ocupar as cadeiras que surgirão na Câmara Municipal de Goiânia.
Situação delicada.
Esse é o tipo de coisa em que podemos ver nuances certas e erradas, dependendo do enfoque. Por isso, talvez, minha posição seja de difícil compreensão. Considero o pleito correto, penso que o momento da proposição é errado e acho que os que se mobilizam pela mudança agem com oportunismo vil.
Ficou complicado, né? Vou tentar me explicar melhor.
Compreendo sim que Goiânia precisa de mais vereadores para aumentar a representatividade de grupos, bairros, categorias e outras parcelas de goianienses que não encontram espaço no Parlamento municipal.
Pelo tamanho da população da cidade, a legislação permite 39 vereadores. No momento, são 35. Acho um número maior melhoraria a representação geral na Câmara
Preciso abrir um parêntesis. Por favor, não me venha com o discurso raso de que gastar dinheiro público com vereador é desperdício. Essa conversinha da antipolítica já deu muito errado no Brasil. Está na hora de sepultarmos esse papo furado. A negação da política nos meteu nesse buraco em que estamos. Melhore seu argumento se cogitou pegar esse caminho. Confio em você, sei que pode mais, meu filho. Fecha parêntesis.
Se acho uma boa ideia aumentar o número de vereadores, por outro lado, os suplentes que demandam isso na Justiça agem com inegável conflito de interesses. A proposição cheira a oportunismo rasteiro.
O mais apropriado é promover a mudança com o acréscimo de cadeiras para o próximo pleito. Não mexer naquilo que as urnas já referendaram.
Os vereadores deveriam desarquivar o projeto de Anselmo Pereira e aprová-lo, mas com vigência para 2024.