Política

Ausência de Bolsonaro e Lula mata interesse no debate da Band

Bolsonaro afirmou que não comparecerá ao debate da Band marcado para esse domingo. Com a…

Bolsonaro afirmou que não comparecerá ao debate da Band marcado para esse domingo. Com a decisão do presidente, Lula também não deve comparecer no debate que é conhecido como palco tradicional do início dos embates entre candidatos.

São duas formas de ler essas ausências que praticamente matam o interesse da opinião pública pelo debate: sob o viés da democracia, ou sob a perspectiva do pragmatismo para ganhar a eleição. As leituras variam conforme o jeito que você enxerga a coisa.

Se pensarmos sob o que desejamos para a democracia no Brasil e o amadurecimento político da população, devemos lamentar a falta de debates. São momentos onde os candidatos podem se mostrar de forma mais sincera, sem a artificialidade do marketing do horário eleitoral de rádio e televisão. A contraposição de ideias, as perguntas incômodas, o detalhamento de projetos… Tudo isso pode ser feito nos debates.

Por outro lado, se analisarmos sob a perspectiva do pragmatismo de que todo candidato quer ganhar a eleição, realmente não faz sentido a presença de Bolsonaro ou Lula sem que o principal adversário também esteja lá. Se um desses comparecer e o outro não, naturalmente será o saco de pancadas dos demais candidatos que estão em patamar muito inferior nas pesquisas eleitorais.

Aprofundando no pragmatismo, o brasileiro já demonstrou que não usa debates para decidir o voto. Se assim fosse, não teria eleito Bolsonaro em 2018 quando ele se recusou a participar de debates mesmo quando já tinha condições com a recuperação da facada que sofreu.

Logo, tanto o presidente quanto o petista só têm a perder caso se exponham nesse tipo de ambiente.

Se eu tivesse algum tipo de poder de aconselhamento na campanha dos dois principais candidatos, recomendaria a ausência. Claro, quem trabalha em campanha está ali para levar quem o contratou à vitória. No segundo turno, a coisa muda de figura. Mas existe um risco para Bolsonaro nessa escolha: e se não tivermos segundo turno?

@pablokossa/Mais Goiás | Foto: Divulgação