Baldy quer ser de todo mundo, mas todo mundo lhe quer bem?
Presidente do PP goiano quer estar bem com todo mundo ao mesmo tempo
Alexandre Baldy deve ser um grande fã de Tribalistas. A banda formada por Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown e Marisa Monte tem alguns hits gigantes. Já Sei Namorar é um exemplo. Todo mundo sabe cantar a música do começo ao fim. No refrão, o eu lírico diz que “eu sou de todo mundo / e todo mundo me quer bem”. Baldy quer ser de todo mundo.
Vejamos seu histórico. Ele entra na política pelas mãos de Marconi Perillo. É secretário do tucano e eleito deputado federal pelo PSDB em 2014. Na Câmara dos Deputados, se aproxima de Rodrigo Maia e se transforma em pessoa de confiança do então presidente da casa. Com isso, recebe convite para ser ministro das Cidades do governo de Michel Temer com o apoio de Maia.
No processo eleitoral de 2018, já no PP e presidindo a sigla em Goiás, seu partido apoia Geraldo Alckmin para presidente. Aqui em Goiás, Baldy vira as costas para seu padrinho Marconi e embarca no projeto emedebista encabeçado por Daniel Vilela, emplacando Vanderlan Cardoso (que então estava no PP) na chapa como candidato ao Senado.
Com a posse de Jair Bolsonaro, Baldy recebe convite para ser secretário de Estado dos Transportes Metropolitanos em São Paulo, servindo ao governador João Dória. Em terras goianas, seu partido fecha com Ronaldo Caiado e seu irmão vira secretário. A aliança com o governador se desfez recentemente: Caiado ficou incomodado com a pressão que recebeu de Baldy para manifestar apoio à candidatura de Arthur Lira.
Sim, nas eleições da Câmara dos Deputados, Baldy deu as costas para Maia que lhe indicou para ministro e articulou em prol de Lira. Fez isso com o sonho de receber convite para o ministério de Bolsonaro.
Sei que é difícil entender, mas é essa bagunça toda aí que você viu. Baldy é secretário de Doria e quer ficar bem com Bolsonaro. Já esteve com Marconi, já foi companheiro de Daniel e já foi aliado de Caiado. Amigo de Maia, mas trabalhou por Lira.
Mais Tribalistas impossível.
Baldy é de todo mundo. Mas será que o mundo político o quer bem?
@pablokossa/Mais Goiás | Foto: Sérgio Lima