Bolsonaristas criam vaquinha para pagar fiança do deputado Daniel Silveira
Bolsonaristas criaram uma campanha de arrecadação de fundos para pagamento da fiança do deputado federal…
Bolsonaristas criaram uma campanha de arrecadação de fundos para pagamento da fiança do deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), preso na tarde da última quinta-feira (25) após desrespeitar o uso da tornozeleira eletrônica —ele teria repetido a violação 36 vezes. O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes decretou a prisão acatando o pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República). Desta vez, o ministro não fixou fiança.
A vaquinha foi lançada pelo deputado federal e colega de partido Carlos Jordy (PSL-SC). Ele pede para que apoiadores contribuam com qualquer valor. Até as 22h57 desta quinta-feira (24), bolsonaristas haviam arrecadado R$ 28.446,00. A meta é chegar aos R$ 100 mil. Segundo o site, 519 pessoas colaboraram com a campanha.
“Mais uma prisão ilegal do Deputado Daniel Silveira ordenada pelo ditador Alexandre de Moraes. Sua liberdade e de sua família dependem da liberdade de Daniel Silveira. Contribua com qualquer valor”, escreveu Jordy, nas redes sociais.
Na página da plataforma, Jordy apela a “cada um dos brasileiros indignados com esseo totalitarismo do talitarismo do STF” para doar pelo menos R$ 1. Segundo ele, “a sua liberdade e a da sua família dependem da liberdade de Daniel Silveira”.
“Se cada um dos brasileiros indignados com esse totalitarismo do STF doar 1 real, temos certeza que atracaríamos milhões, mas não é necessário tudo isso. Precisamos arrecadar R$ 100 mil para pagar a fiança para libertarem Daniel [Silveira]. É um valor alto, mas que, se todos puderem ajudar com qualquer valor, arrecadaremos a quantia para garantir a liberdade ao amigo que sempre foi porta-voz dos brasileiros que prezam pela Liberdade. A sua liberdade e a da sua família dependem da liberdade de Daniel”, diz o parlamentar.
No último dia 10, Moraes determinou que o deputado pagasse uma fiança de R$ 100 mil após o parlamentar violar por diversas vezes o monitoramento por tornozeleira eletrônica. Foi dado a Silveira um prazo de 48 horas para desembolsar o valor, após a abertura de uma conta na Caixa Econômica Federal.
Caso o deputado bolsonarista não cumprisse com a decisão, outras medidas cautelares poderiam ser impostas, inclusive a decretação de prisão preventiva. Na ocasião, Moraes também determinou que um inquérito fosse instaurado para apurar o crime de desobediência, e o ministro do STF pediu para que a polícia ouvisse o depoimento de Silveira sobre o que ocorreu.
Na decisão dada na última quinta-feira (24), Moraes afirmou: “Não consta dos autos, entretanto, qualquer notícia de depósito da fiança estabelecida. Pelo contrário, Daniel Silveira, em petição protocolada às 13h38min de 23/6/2021, informou que não depositou nenhum valor, circunstância que se verifica até o momento. A contagem do prazo de 48h para o depósito, iniciada dia 21/6/2021 – primeiro dia útil após a intimação -, está inequivocamente esgotada”.
Em nota, a defesa do deputado disse estar “inconformada” com a “decisão monocrática” do ministro Alexandre de Moraes. Os advogados afirmaram que “não há como falar em rompimento do equipamento de monitoramento, o que seria somente possível após verificação pelo órgão responsável, o que não aconteceu”, ressaltando ainda que o “equipamento está sujeito a falhas, uma vez que depende de sinal de satélite”.
“Evidente que é dispensado ao processo do deputado tratamento diferenciado. A velocidade em que são exarados despachos pelo Ministro Relator não condiz com a realidade e normalidade dos processos sujeitos a apreciação na Corte Suprema, o que deixa indene de dúvidas a perseguição e pessoalidade imprimida no feito. Em sentido diametralmente oposto, os pedidos da defesa, tramitam a passos lentos, ou seja, não é despendido o mesmo empenho. Um peso e várias medidas”, diz o texto.
A defesa de Daniel Silveira promete acionar a Corte Interamericana de Direitos Humanos, visto que na avaliação da equipe, o deputado sofre “reiteradas violações dos direitos individuais”.