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Bolsonaro convida Regina Duarte para a Secretaria da Cultura

Segundo aliados do presidente, atriz ficou de responder nos próximos dias

Julia Lemmertz também criticou Regina Duarte. "Onde está sua lucidez, sua capacidade de discernimento?", escreveu a atriz no Instagram (Foto: Redes Sociais)

O presidente Jair Bolsonaro convidou a atriz Regina Duarte na tarde desta sexta-feira para assumir a Secretaria da Cultura do governo federal. O convite foi feito por telefone, numa ligação do próprio presidente. Segundo aliados de Bolsonaro, Regina ficou de responder nos próximos dias.

A informação foi adiantada pela colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, e confirmada pelo GLOBO.

Regina Duarte foi convidada para ocupar a vaga de Roberto Alvimdemitido nesta sexta-feira após copiar frases de um discurso nazista em um pronunciamento oficial da pasta. Até a definição do novo secretário, assume interinamente José Paulo Soares Martins.

Regina Duarte é apoiadora de Bolsonaro

Defensora do governo Bolsonaro, a atriz é amiga da primeira-dama Michelle Bolsonaro. Regina é uma das conselheiras do Pátria Voluntária, programa de Michelle para fomentar a prática do voluntariado.

Em agosto, Regina esteve em Brasília para uma reunião do Pátria Voluntária. “A sociedade precisa ocupar seu espaço de contribuição para um país crescente, para um país que evolua e que crie mais chances e mais oportunidades para as novas gerações. Nesse sentido, o voluntariado pode ocupar um espaço importantíssimo”, afirmou, na ocasião.

Segundo o site UOL, a atriz deu entrevista à rádio Jovem Pan. Regina não bateu o martelo sobre o convite, mas afirmou que não considera estar preparada para assumir a pasta.

“Eu não me sinto preparada. Acho que a gestão pública é algo complicado. Uma pasta como a da cultura, muito mais. Este é um país imenso e continental, tem muitos artistas, grupos, criações, vamos querer abraçar tudo. Eu fico muito preocupada de não estar preparada”, admitiu Regina, que disse ainda “ter que pensar em coisas que não imaginava estar pensando agora”.

Outra alternativa para Secretaria de Cultura

Ministros de Bolsonaro defenderam também o nome do secretário de Audiovisual, André Sturm, como uma solução imediata para o cargo. Sturm passou por um pente fino do governo em dezembro quando foi anunciado para assumir a Secretaria de Audiovisual.

Pesou contra André Sturm o fato de ele ter sido secretário de Cultura de João Doria, no governo de São Paulo. Sturm foi levado para o governo federal a convite de Roberto Alvim, durante um almoço na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em dezembro passado. Ele deve substituir Katiane Gouvêa, que ocupou a secretaria por duas semanas.

Bolsonaro considerou insustentável a permanência de Alvim no cargo e ainda considerou a gravação como um “pronunciamento infeliz”. A aliados, o presidente justificou a demissão pelo “amor a Israel”, como mostrou a colunista Bela Megale.

— Ele disse que tinha de demiti-lo por amor e respeito a Israel. A questão de Israel é muito cara ao presidente. Ele nos disse que não poderia permitir que feridas que jamais serão cicatrizadas sejam expostas no governo dele — descreveu o deputado Ottoni de Paula (PSC-RJ), que estava na sala do presidente no momento da demissão.

A demissão de Alvim ocorreu após ele copiar uma citação do ministro de propaganda da Alemanha nazista, Joseph Goebbels, em um pronunciamento. O vídeo foi divulgado para anunciar o Prêmio Nacional das Artes, projeto no valor total de mais de R$ 20 milhões.

Além disso, o anúncio traz como fundo musical a ópera “Lohengrin”, de Richard Wagner, compositor alemão celebrado pelo nazismo. A semelhança entre o discurso de Alvim e do ministro nazista foi identificada primeiro pelo portal “Jornalistas Livres”.