Bolsonaro critica Caiado em discussão sobre ICMS: “Fala grosso o cara”
Afirmação foi feita para apoiadores no Palácio da Alvorada
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), disse nesta quinta-feira (2), que os governadores não querem perder receita, em referência ao aumento no preço dos combustíveis e que a cobrança do ICMS é decidida “entre amigos”. Afirmação foi feita para apoiadores no Palácio da Alvorada, onde o presidente chegou a falar sobre dois governadores em específico.
“Não vou falar o nome, estão mentindo, falando que estou mentindo. Fala grosso o cara: ‘Tá 32% o preço fixo’. Mas ele não fala que 30% é em cima do valor total na bomba, e tinha que ser em cima do preço da usina”, disse Bolsonaro.
A alíquota do ICMS em Goiás é de 30%. Mas, Bolsonaro volta a dizer para seus apoiadores que o valor correto seria 32%. “Eu repito aqui o problema é o ICMS. Vieram dois governadores agora dizer que estou mentindo porque o ICMS é 32% e não mudou nada. Não mudou, mas a Constituição manda botar um valor fixo”, reforçou.
Base de cálculo dos combustíveis em Goiás
A fala do presidente veio após o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), publicar em sua conta no Twitter sobre o papel do ICMS no preço dos combustíveis.
“O aumento da gasolina nunca foi culpa do Estado, porque o reajuste é feito pela Petrobrás, seguindo o valor do dólar”, publicou na manhã da última segunda-feira (30).
“A alíquota que é cobrada em Goiás é a mesma desde 2016. Não fizemos nenhum reajuste. O imposto é o mesmo do ano passado, por exemplo, em que a gasolina custava até menos de R$ 4,00″, escreveu o governador, sem citar o nome do presidente ou o governo federal.
ICMS sobre a gasolina não aumentou
Como já afirmou o governo de Goiás, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre a gasolina não aumentou, de fato. Contudo, a base de cálculo sim.
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Goiás (Sindiposto), Márcio Andrade já explicou ao Mais Goiás anteriormente, que o ICMS utiliza realmente a mesma alíquota de 2016, mas como ele tem por referência preço médio ponderado final (o preço que está na bomba do posto a cada 15 dias), a base de cálculo aumentou.