Bolsonaro deve ficar fora de debates até dia 18
Situação clínica do candidato foi descrita como estável e fora de perigo. Contudo, a equipe médica diz que o repouso de mais uma semana é necessário para recuperação de peso
Passados mais de 30 dias após ter sido esfaqueado, o candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL) ainda precisa de mais de uma semana de repouso, segundo seus médicos. O capitão reformado recebeu na manhã desta quarta-feira (10) a visita do cirurgião Antônio Luiz Macedo e do cardiologista Leandro Echenique, médicos do hospital Albert Einstein, onde ele ficou internado para se recuperar do atentado.
De acordo com as informações da equipe médica, tudo indica que Bolsonaro não comparecerá a debates entre presidenciáveis antes da próxima quinta-feira (18), quando ele será submetido a nova avaliação, em São Paulo. “Na quinta que vem ele vai nos procurar para uma avaliação no Einstein e, com certeza, vamos liberá-lo para tudo que for necessário”, afirmou Macedo.
Os médicos afirmam que o presidenciável ainda não está autorizado a viajar e recomendam repouso, evitando serem taxativos sobre a participação em debates. “Ele tem desejo de participar [dos debates] realmente, mas no momento, perante essa avaliação que fizemos aqui, consideramos que não é momento ideal para ele voltar às atividades”, explicou Echenique.
A situação clínica do candidato foi descrita como estável e fora de perigo. Contudo, a equipe médica diz que o repouso de mais uma semana é necessário para recuperação de peso. “Não corre mais risco de nada, desde que não faça nenhuma insensatez”, diz Macedo.
Bolsonaro perdeu 15 quilos desde a facada e, por isso, precisará aumentar a ingestão de proteína e continuar fazendo fisioterapia para o aumento de massa magra. Segundo eles, o candidato não teve mais infecção e foi dispensado do acompanhamento médico em casa, como vinha sendo feito desde que ele deixou o hospital, no último dia 29. “Ele está tendo uma recuperação muito boa, porém ainda recomendamos repouso relativo a ele para término nessa recuperação”, afirmou Echenique.
Macedo negou que a avaliação médica tenha como base intenções políticas. “O pessoal chegou até conjecturar que eu estava dando laudos falsos dizendo que estava muito doente e não estava, sempre dei laudo absolutamente verdadeiro. Tomamos cuidado com o cliente. Não temos nada a ver com o aspecto político, temos a ver com o aspecto clínico.”
A saúde de Bolsonaro, a quem os médicos se referiram como “capitão”, foi bastante elogiada. “Saúde dele é privilegiada, com tudo que ele aguentou com um atentado terrível ele vai estar liberado semana que vem para todas atividades”, afirmou o cirurgião.
Bolsonaro ainda terá de passar por uma nova cirurgia, na qual será retirada a bolsa de colostomia. De acordo com a equipe médica, isso poderá ser feito a partir de 12 de dezembro, mas a data será escolhida pelo próprio candidato.
“Ele que vai decidir se vai fazer em dezembro, se vai fazer em janeiro. Ele estará muito bem, ele decide. É uma cirurgia muito mais simples do que aquele fez.”, afirmou Macedo, acrescentando que serão necessárias duas semanas de recuperação após a cirurgia para realização de atividades como posse, caso o candidato do PSL seja eleito.