Em meio à pandemia

Bolsonaro discursa em manifestação que pede fechamento do Congresso

Ato aconteceu em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília. Discurso foi interrompido por causa de uma crise de tosse do presidente.

Bolsonaro discursa em manifestação que pede fechamento do Congresso

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), fez um discurso improvisado para manifestantes que se aglomeravam em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília, na tarde deste domingo (19). A manifestação pedia o fechamento do Congresso Nacional e o retorno do Ato Institucional nº 5.

Aos gritos de “Mito”, “AI-5”, “Fora Maia”, fazendo referência ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), “Fecha o STF” e “Fecha o Congresso”, os manifestantes ouviram o presidente, que falava em cima de uma caminhonete.

“Vocês estão aqui porque acreditam no Brasil”, disse o presidente. “Nós não queremos negociar nada. Nós queremos é ação pelo Brasil. O que tinha de velho ficou para trás. Temos um novo Brasil pela frente. Todos, sem exceção, tem que ser patriotas. Acabou a patifaria”.

O discurso foi transmitido nas redes sociais do presidente. O discurso foi interrompido uma vez porque o presidente tossia muito.

Os soldados do Exército e os seguranças do do presidente fizeram um cordão de isolamento e não permitiram que os manifestantes se aproximassem de Bolsonaro. Ele também não fez contato físico com as pessoas, acenando de longe.

Apesar dos pedidos, o presidente afirmou que é preciso manter a democracia. “Todos no Brasil tem que entender que estão submissos à vontade do povo brasileiro. Chega de velha política”. O presidente terminou o discurso tossindo.

Bolsonaro e o coronavírus

Essa não foi a primeira aparição do presidente em atividades públicas durante a pandemia do coronavírus. No dia 15 de março, também em Brasília, manifestantes promoveram ato semelhante e foram recebidos por Bolsonaro na Praça dos Três Poderes. Na ocasião, ele manteve contato físico e posou para fotos com os presentes.

Em pronunciamento do dia 24 de março, Bolsonaro atacou governadores, culpou a imprensa pelo agravamento da crise de saúde e criticou o fechamento de escolas. “O que se passa no mundo mostra que o grupo de risco é de pessoas acima de 60 anos. Então, por que fechar escolas?”, questionou o presidente. “Raros são os casos fatais, de pessoas sãs, com menos de 40 anos de idade.”

No dia 29 de março, ele saiu de sua residência oficial para visitar pontos de comércio local e o Hospital das Forças Armadas (HFA). O comboio presidencial passou por lojas na Asa Norte, no Sudoeste e em Ceilândia. Bolsonaro falou com funcionários de um posto de combustível, de uma farmácia e de um mercado e com vendedores. Depois, passou pelo HFA e em seguida dirigiu-se a Ceilândia, cidade satélite de Brasília.

AI-5

O decreto foi publicado em 1968 pelo regime militar e determinava, entre outras coisas, que o presidente poderia decretar sítio por tempo indeterminado, demitir pessoas do serviço público, cassar mandatos, confiscar bens privados e intervir em todos os estados e municípios. Além disso, a norma fechou o Congresso Nacional e proibiu habeas corpus para crimes políticos.

Com agências