"HISTERIA"

Bolsonaro diz que autoridades estaduais e municipais estão arrebentando o Brasil

Presidente minimizou a pandemia e disse que “outros vírus mataram muito mais e não teve essa comoção toda”. Ele defendeu que o país volte à normalidade sem histeria e caos

Jornalistas fizeram protesto virtual contra Jair Bolsonaro, depois que o presidente mandou repórteres calarem a boca enquanto concedia entrevista hoje pela manhã, em frente ao Palácio da Alvorada, em Brasília.

Um dia após criticar o fechamento de escolas e isolamento social devido à pandemia do coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro voltou a falar contra medidas de governantes, classificadas por ele como “histeria e exagero”. Para o presidente, “autoridades estaduais e municipais estão arrebentando o Brasil”. Discurso foi proferido durante entrevista coletiva no Palácio do Alvorada, em Brasília, nesta quarta-feira (25).

Segundo ele, alguns governantes estão agindo como “verdadeiros donos dos estados e municípios, proibindo tráfego de pessoas, rodovia, fechando empresas e comércio”. “O que estão fazendo alguns poucos governadores e prefeitos é um crime”, afirmou. O presidente criticou tais determinações e disse que a economia do país vai entrar em colapso caso o Brasil não volte à normalidade.

“Temos aproximadamente 38 milhões de autônomos no Brasil e uma parte considerável não está conseguindo o ganha-pão. O que tinha na geladeira praticamente já acabou. Sem dinheiro e sem produção vamos viver do quê?”, questionou. Bolsonaro ainda estendeu um possível problema econômico para trabalhadores em regime CLT e servidores públicos. “As empresas não estão produzindo nada e não vai ter como pagar seu pessoal. Se a economia colapsar também não vai ter dinheiro para pagar o servidor público”, disse.

 

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Volta à normalidade

Durante a entrevista, Bolsonaro defendeu a volta à normalidade em todos os setores. A ressalva é para idosos acima de 60 anos e pessoas com problemas de saúde, que segundo ele, devem continuar em quarentena.

“Precisamos colocar esse povo para trabalhar, preservar os idosos e aqueles que têm problema de saúde, mais nada além disso. Se continuarmos com esse discurso de calamidade teremos diversos problemas no Brasil como saques a supermercados. E detalhe, o vírus vai continuar entre nós. Teremos crise e vírus juntos”.

O presidente disse que a responsabilidade de isolamento de idosos é da família e não do Governo. “Cada filho cuida do seu pai, do seu avô”, disse. Conforme ele, os idosos que foram a óbito após o contágio do coronavírus possuíam outras doenças. “Muitos tinham duas, três doenças e colocaram como causa da morte o vírus. Tem algumas pessoas que se não tivessem acometido o vírus também teriam morrido. A gente lamenta”.

Bolsonaro ainda minimizou a pandemia e disse que “outros vírus mataram muito mais e não teve essa comoção toda”. O presidente comparou o coronavírus com a chuva e disse que é preciso enfrentá-lo. “É igual a chuva. Se chover você tem que enfrentar. Com o vírus é igual”, disse.