“Uma das metas para tirarmos o Brasil das piores posições nos rankings de educação do mundo é combater o lixo marxista que se instalou nas instituições de ensino. Junto com o ministro de Educação e outros envolvidos vamos evoluir em formar cidadãos e não mais militantes políticos”, escreveu o eleito na manhã desta segunda-feira (31).
Bolsonaro se elegeu presidente em outubro tendo como uma de suas principais bandeiras o projeto Escola sem Partido, que está em tramitação no Congresso. A proposta de lei prevê mudanças no ensino no país contra o que seria uma doutrinação partidária por professores e discussões sobre gênero em sala de aula.
O Brasil tem mais de 2 milhões de professores e não há estudos sobre essa suposta doutrinação. Para aplicar as bandeiras defendidas por ele, Bolsonaro indicou para o cargo de ministro da Educação professor Ricardo Vélez Rodríguez.
Colombiano naturalizado brasileiro, Vélez é pró-Escola sem partido e defende que as escolas respeitem valores da família ao dizer que a educação sexual é tema a ser tratado pelos pais em casa. O nome dele foi levado a Bolsonaro pelo filósofo e escritor Olavo de Carvalho, considerado um guru da nova direita no Brasil.
Durante a corrida presidencial, o futuro presidente prometeu ‘expulsar’ os ensinamentos de Paulo Freire e o pensamento crítico das escolas, além de defender a ampliação do ensino militar no país. Embora fale em melhorar a posição do Brasil em rankings internacionais de educação, o novo governo ainda não apresentou medidas concretas de como isso poderá ser feito.
De acordo com o último levantamento do Pisa – a principal avaliação internacional de desempenho escolar -, o Brasil ocupa as últimas posições. Dos 70 países avaliados em 2015, o Brasil ficou na 63ª posição em ciências, na 59ª em leitura e na 66ª colocação em matemática.