ELEIÇÕES 2022

Bolsonaro diz que não vai admitir ser banido de redes sociais durante a campanha: ‘Jogo baixo’

Bolsonaro disse ainda que durante seu governo não adotou nenhuma medida para usar seu poder para conseguir uma reeleição.

Bolsonaro diz que não vai admitir ser banido de redes sociais durante a campanha: 'Jogo baixo' (Foto: Reprodução/Facebook)

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira que não irá admitir ser banido das redes sociais durante a campanha eleitoral do ano que vem. Bolsonaro avisou que considerará esse tipo de medida “fora das quatro linhas” da Constituição.

Em entrevista à “Jovem Pan”, Bolsonaro disse ainda que durante seu governo não adotou nenhuma medida para usar seu poder para conseguir uma reeleição.

— Me banir das redes sociais é jogar fora das quatro linhas. O jogo tem que ser realizado dentro das quatro linhas. Eu só posso dizer isso. A gente não pode admitir um jogo baixo dessa natureza. Aí não é uma disputa eleitoral dentro do critério democrático, é uma imposição. A gente não pode admitir isso daí. O bom senso se fará presente — disse Bolsonaro.

O presidente voltou a criticar a decisão do Tribunal Superior Eleitoral que, no ano passado, cassou o mandato do deputado estadual Felipe Francischini, no Paraná. Francischini foi cassado porque divulgou informações falsas sobre as urnas eletrônicas antes das eleições de 2018.

Desde o início do mandato, Bolsonaro usa a expressão “fora das quatro linhas da Constituição” para fazer referência a medidas autoritárias ou de exceção. Segundo o presidente, apesar de ter sido criticado durante a campanha, ele não teria feito nada nesse sentido no seu governo.

— O que é natural é o chefe de executivo tomar medidas restritivas para ele continuar no poder. E acontece o contrário aqui no Brasil. Me acusavam que eu seria um ditador, perseguiria negros, gays, mulheres e viram que o contrário aconteceu. Queria que ao longo de três anos alguém apontasse uma ação antidemocrática da minha parte, uma só tentativa de querer burlar, usar do poder que a gente tem para conseguir uma reeleição — afirmou Bolsonaro.

Durante o seu mandato, o presidente Jair Bolsonaro e alguns de seus aliados já foram acusados de realizarem atos antidemocráticos. No úiltimo dia 7 de setembro, o presidente fez dois discursos, um em Brasília e outro em São Paulo, em que disse que não obedeceria mais às decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

A reação às declarações foi negativa em diversos setores da sociedade e Bolsonaro sofreu pressão para recuar, o que aconteceu dias depois. Na ocasião, o presidente publicou uma “carta à Nação”, em que disse que as afirmações foram feitas no calor do momento.

*Por: Jornal Extra