ELEIÇÕES

Bolsonaro diz que não vai assinar ‘cartinha’: ‘Aponte uma palavra minha contra democracia’

Em reunião com banqueiros na sede da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), nesta segunda-feira, o…

Em reunião com banqueiros na sede da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), nesta segunda-feira, o presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou a carta em defesa da democracia, subscrita pela entidade, afirmou que não assinará o documento e cobrou dos empresários que o julguem pelas suas “ações”.

A federação assinou o manifesto empresarial “Em Defesa da Democracia e da Justiça” na semana passada, em meio aos ataques de Bolsonaro aos sistema eleitoral. Outro documento de endosso ao regime democrático, organizado por nomes ligados à Faculdade de Direito da USP, já reúne mais de 100 mil assinaturas.

— Vocês têm que olhar na minha cara, ver as minhas ações e me julgar por aí. Assinar cartinha, não vou assinar cartinha. Até porque a carta, mais do que política, é um objetivo sério de voltar o país nas mãos daqueles que fizeram malfeitos conosco — discursou Bolsonaro, em referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O discurso de cerca de 32 minutos foi repleto de ataques aos governos do Partido dos Trabalhadores (2003-2016), comparados a regimes autoritários como Cuba, Venezuela e Nicarágua. O presidente se defendeu por diversas vezes de críticas em relação à campanha difamatória que vem lançando contra o sistema eleitoral.

— Todo o Foro de São Paulo tem que ser convidado a assinar a carta pela democracia agora. “Vamos tirar o Bolsonaro dali”. “É melhor um democrata na corrupção do que um honesto num regime forte”. Qual regime forte é o meu? Me aponte uma palavra minha contra a democracia. Eu mandei prender algum deputado? — declarou.

Em outro momento, questionou os signatários dos manifestos por que não se levantaram contra a decisão judicial que mandou prender o deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) após o deputado, que é seu aliado, defender o AI-5 e ameaçar agredir ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

— Fatos para os democratas que assinaram a carta lembrar(em). Quando prenderam um parlamentar, fizeram o quê? Ninguém fez nada, ninguém falou nada. Os democratas (ficaram) em casa — disse o presidente.

O evento contou com a presença do ministro da Economia, Paulo Guedes, e de representantes de instituições financeiras como Bradesco (Octavio de Lazari e Luiz Carlos Trabuco), Banco do Brasil (Fausto Ribeiro), Itaú Unicanco (Milton Maluhy), Caixa Econômica Federal (Daniella Marques), Banco XP (José Berenguer) e Safra (Silvio de Carvalho). Os ministros Ciro Nogueira (Casa Civil) e Fábio Faria (Comunicações), os ex-ministros Tarcísio de Freitas e Marcos Pontes, hoje candidato e vice ao governo de São Paulo, e o senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente, também participaram.