Bolsonaro diz que vai ‘esperar um pouco’ para assinar adesão de Goiás ao RRF

O presidente Jair Bolsonaro (PL) não deve assinar de imediato a adesão de Goiás ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF). Pelo menos foi o que deixou a entender em live realizada na quinta-feira (16) e transmitida pelo Youtube. “Vou esperar mais um pouco para tomar conhecimento do assunto e então dar prosseguimento a esse pedido do governador de Goiás”, disse.

Bolsonaro critica medidas de prevenção ao alastramento da Covid adotadas em Goiás

Ao lado do deputado federal Major Vitor Hugo (PSL), que não esconde sua pretensão de se candidatar ao governo de Goiás em 2022, Bolsonaro alegou que a questão fiscal no Estado e o pedido de adesão ao RRF têm relação com as políticas de combate à Covid-19.

“Estamos sofrendo as consequências na economia e lá atrás vocês lembram quando muitos governadores, prefeitos e o povo falavam ‘fique em casa, a economia a gente vê depois’, bem está chegando a questão da economia”, disse Bolsonaro.

“É uma situação no mundo todo. Tem estados como o de Goiás que está numa situação financeira complicada. Fique em casa e a economia a gente vê depois daí o estado pede uma recuperação fiscal”, continuou.

Pedido de entrada no RRF é demanda anterior à pandemia

No entanto, o pedido de entrada no Regime de Recuperação Fiscal é uma demanda do governador Ronaldo Caiado (DEM) desde o primeiro ano de sua gestão, em 2019, antes, portanto da pandemia de Covid-19. Para isso, o governo fez uma série de adequações e teve o pedido aceito através de articulações no Congresso Nacional.

Bolsonaro se disse preocupado com o uso do RRF em ano eleitoral. “A lei prevê que não vai poder ter aumento para servidor, concurso público e criação de despesa continuada”, diz. “É o governador quem pede. Não vai depois dizer que a Lei Bolsonaro é que não permite dar reajustes (…). Vão querer me culpar depois: ah, o Bolsonaro está impedindo de reestruturar a carreira de policiais de Goiás”, pontuou.