Bolsonaro na ONU foi mais do mesmo
Jair Bolsonaro pronunciou a primeira palavra no microfone da 76ª Assembleia Geral das Nações Unidas…
Jair Bolsonaro pronunciou a primeira palavra no microfone da 76ª Assembleia Geral das Nações Unidas exatamente às 10h45. Nos 11 minutos seguintes, despejou um monte de mais do mesmo para nós que acompanhamos a rotina do presidente. Nada que surpreenda, nada que o tire de sua rota. Bolsonaro sendo Bolsonaro.
Atacou a imprensa, bateu em governadores e prefeitos, propagandeou o inútil tratamento precoce, usou o espantalho do socialismo, reeditou o fantasma do comunismo, fez uma prestação de contas fantasiosa de seus dois anos e oito meses de governo, vendeu um otimismo que não condiz com a realidade, mentiu sobre a ausência de escândalos de corrupção, enfiou Deus e a tal da família tradicional onde não cabia, delirou sobre o respeito que teria em relação à Constituição, mendigou vaga no Conselho de Segurança da ONU, botou banca de uma credibilidade que não tem, posou de liberal, falou que respeita o meio ambiente e as comunidades indígenas e ainda teceu loas aos atos golpistas de sete de setembro.
Passou vergonha no débito e no crédito. E ainda mandou um pix de vexame de troco.
Um monte de frases feitas que não se conectam à realidade. Um monte de distorções do que realmente vivemos no Brasil. Um monte de mentiras que são repetidas em modo contínuo para construir o discurso de sua militância mais engajada.
Quando nos aprofundamos na fala, percebemos que trata-se de um copo de chope cheio de espuma. Muito volume para quase nada de conteúdo. Muito lero-lero para gringo ver. E rir.
A credibilidade internacional de Bolsonaro é negativa. E não é com discurso conversa mole que essa imagem será revertida.
Ele deixou o púlpito quando o relógio marcava 10h56. Seu público deve estar delirando nos grupos de zap e Telegram. Foi para essa rapaziada que o presidente falou. Para o restante do mundo e os 57% dos brasileiros que nunca confiam no que Bolsonaro diz (dados da última pesquisa Datafolha), foram só palavras ao vento. Do nível lamentável a que infelizmente nos habituamos a ouvir.
@pablokossa/Mais Goiás | Foto: Reprodução – Nações Unidas – Youtube