Bolsonaro não superou a inveja que há tempos sente de Caiado
Vou me propor um desafio ousado: entender o que se passa na cabeça de Jair…
Vou me propor um desafio ousado: entender o que se passa na cabeça de Jair Bolsonaro. A dificuldade está na tentativa de compreender o vazio. A vastidão de nada que preenche o espaço entre as duas orelhas do presidente do tamanho do J2157 – o maior buraco negro do universo. Nesse trabalho inglório, ouso dizer que a razão dos ataques reiterados de Bolsonaro a Ronaldo Caiado tem raiz no mais mesquinho sentimento humano: a inveja.
Sim, Bolsonaro morre de inveja de Caiado. Uma inveja de tal porte que faz Otelo parecer um personagem de My Little Pony.
Isso não surge agora. Trata-se de algo regado ao longo de décadas. Bolsonaro sempre quis ser Caiado. Ele olhava o goiano no Congresso Nacional como um garoto de 10 anos enxerga o artilheiro de seu time no estádio. Com admiração e inveja. Ele queria estar naquela pele. Viver aquela vida. Ter aquele respeito. Receber aqueles aplausos. E tanto o garoto quanto Bolsonaro sabem que nunca serão aquele que idealizam. A frustração com essa consciência inconsciente cala fundo. Coisas do coração.
Bolsonaro sempre foi desprezado como deputado federal. Seus pares não o respeitavam. A imprensa não queria ouvir o chorume que escorria de suas ideias. Vagava por Brasília mais preocupado em verificar se os nomeados nos gabinetes da família estavam devolvendo o dinheiro do salário do que com os grandes debates nacionais.
Enquanto isso, Caiado era a voz da direita brasileira nos anos Lula e Dilma. A imprensa o buscava como contraponto de oposição. O goiano falava e o governo se preocupava em responder. Era voz crítica ouvida e publicada.
Bolsonaro queria ser isso quando crescesse. E sabia que não tinha a menor capacidade de chegar àquele patamar.
Por um aborto da história, Bolsonaro virou presidente. E continua com seu comportamento chinfrim. Sabe que não dá conta de sair do pântano intelectual. Treme de inveja quando olha pra Caiado. Aquele “governador que fala grosso” mexe com ele. Será que um dia supera isso? Duvido.
@pablokossa/Mais Goiás | Foto: Cristiano Borges e Júnior Guimarães | Governo de Goiás