Bolsonaro nomeia André Mendonça para a Justiça e Ramagem para a PF
Substituto de Moro é advogado da União, doutor em Estado de Direito e Governança Global. Amigo da família do presidente, novo diretor da PF é bacharel em direito e já dirigiu Abin
André Luiz de Almeida Mendonça e Alexandre Ramagem Rodrigues são nomeados ministro da Justiça e Segurança Pública e diretor-geral da Polícia Federal (PF), respectivamente. Os decretos assinados pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, estão publicados no Diário Oficial da União desta terça-feira (28). André Mendonça passa a ocupar o comando do ministério com a saída de Sergio Moro e Alexandre Ramagem a chefia da PF no lugar de Maurício Valeixo.
Valeixo, juntamente com o ex-ministro Moro protagonizaram a cadeia de eventos que culminaram na exoneração de ambos por Jair Bolsonaro. Em uma coletiva de demissão, Sergio fez graves acusações contra o presidente da República, segundo o qual teria pressionado pela obtenção de informações de caráter sigiloso oriundas de investigações conduzidas pela PF até então comandada por Maurício. Exoneração de Valeixo, ocorrida supostamente sem diálogo e sem assinatura de Moro – a qual, de como sugere ele, foi falsificada – colocou um ponto final na relação de Bolsonaro e Moro.
Jair, segundo Moro, já havia pressionado pela troca de Valeixo por Ramagem, mas Sergio ainda impunha obstáculos, já que Maurício havia sido indicação sua. Em sua saída do ministério, Moro expôs troca de mensagens com a deputada Carla Zambelli (PSL-SP), que tenta convencê-lo a aceitar o nome de Ramagem – amigo da família Bolsonaro – para o comando da PF em troca de apoio para uma indicação do ex-juiz federal ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Na noite desta segunda-feira (27), o ministro Celso de Mello autorizou abertura de inquérito para investigar as acusações de Moro contra Bolsonaro. Sondagem do Datafolha aponta que 52% da população avalia que Moro falou a verdade, enquanto 20% acredita no presidente.
Justiça e Segurança Pública
André Mendonça, de 46 anos, é natural de Santos, em São Paulo, advogado, formado pela faculdade de direito de Bauru (SP). Ele também é doutor em Estado de Direito e governança global e mestre em estratégias anticorrupção e políticas de integridade pela Universidade de Salamanca, na Espanha; é pós-graduado em direito público pela Universidade de Brasília.
É advogado da União desde 2000, tendo exercido, na instituição, os cargos de corregedor-geral da Advocacia da União e de diretor de Patrimônio e Probidade, dentre outros. Recentemente, na Controladoria-Geral da União (CGU), como assessor especial do ministro, coordenou equipes de negociação de acordos de leniência celebrados pela União e empresas privadas.
PF
Alexandre Ramagem, que exercia o cargo de diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), é graduado em direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Ingressou na Polícia Federal (PF) em 2005 e atualmente é delegado de classe especial. Sua primeira lotação foi na Superintendência Regional da PF no estado de Roraima.
Em 2007, ele foi nomeado delegado regional de Combate ao Crime Organizado. Ramagem foi transferido, em 2011, para a sede do PF em Brasília, com a missão de criar e chefiar Unidade de Repressão a Crimes contra a Pessoa. Em 2013, assumiu a chefia da Divisão de Administração de Recursos Humanos e, a partir de 2016, passou a chefiar a Divisão de Estudos, Legislações e Pareceres da PF.
Em 2017, tendo em conta a evolução dos trabalhos da operação Lava-Jato no Rio de Janeiro, Ramagem foi convidado a integrar a equipe de policiais federais responsável pela investigação e Inteligência de polícia judiciária no âmbito dessa operação. A partir das atividades desenvolvidas, passou a coordenar o trabalho da PF junto ao Tribunal Regional Federal da 2ª Regional, com sede no Rio de Janeiro.
Em 2018, assumiu a Coordenação de Recursos Humanos da Polícia Federal, na condição de substituto do diretor de Gestão de Pessoal. Em razão de seus conhecimentos operacionais nas áreas de segurança e Inteligência, assumiu, ainda em 2018, a Coordenação de Segurança do então candidato e atual presidente da República, Jair Bolsonaro.
André Luiz de Almeida Mendonça e Alexandre Ramagem Rodrigues são nomeados ministro da Justiça e Segurança Pública e diretor-geral da Polícia Federal (PF), respectivamente. Os decretos assinados pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, estão publicados no Diário Oficial da União desta terça-feira (28). André Mendonça passa a ocupar o comando do ministério com a saída de Sergio Moro e Alexandre Ramagem a chefia da PF no lugar de Maurício Valeixo.
*Com informações da Agência Brasil