Bolsonaro pedirá direito de resposta por propaganda de Alckmin sobre xingamentos contra mulheres
Argumento é que as gravações foram editadas e omitiram o contexto das discussões. Segundo a advogada Débora Guirra, o pedido deve ser protocolado neste domingo
A defesa de Jair Bolsonaro (PSL) vai pedir ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) direito de resposta contra a campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) pela propaganda que mostra xingamentos feitos pelo candidato do PSL a mulheres. O argumento é que as gravações foram editadas e omitiram o contexto das discussões. Segundo a advogada Débora Guirra, o pedido deve ser protocolado neste domingo.
A peça utilizada em inserções pela campanha de Alckmin mostra Bolsonaro chamando a deputada Maria do Rosário (PT-RS) de “vagabunda” e uma repórter da Rede Tv! de “idiota” e “ignorante”. “Você gostaria de ter um presidente que trata as mulheres como Bolsonaro trata?”, questiona a propaganda.
A defesa de Bolsonaro alega que as discussões ocorreram em contextos no qual o parlamentar foi provocado. Afirma que foram utilizadas edições e montagens que desfavorecem o candidato do PSL.
A campanha pedirá, em outra ação, direito de resposta por outra peça publicitária da campanha do PSDB. No horário eleitoral do rádio, na manhã deste sábado, a campanha do tucano explorou a declaração em que Bolsonaro destaca que votou contra a PEC das Domésticas. “Se dependesse do Bolsonaro, as domésticas iam ficar até hoje sem direito nenhum. Bolsonaro, o que você tem contra pobre?”, questiona o locutor. O entendimento da defesa do candidato do PSL é que também nesse caso as declarações foram retiradas de contexto.
Na noite deste sábado já foi protocolado pedido para que seja retirada do ar a propaganda que fala sobre resolver problemas a “bala”. A peça foi utilizada como inserção e foi utilizada também durante o bloco de propaganda do tucano neste sábado. Com o mote “Não é na bala que se resolve”, a peça publicitária é inspirada em uma propaganda inglesa contra violência armada e mostra a imagem de uma bala que quase atinge a cabeça de uma criança. A defesa de Bolsonaro destaca a utilização de computação gráfica e questiona o fato de Alckmin não aparecer na peça. Nesse caso, o pedido é que, além da retirada, Alckmin seja punido com a perda de tempo em volume compatível ao utilizado pela propaganda.
A campanha pretende recorrer também para que seja retirado do ar o vídeo do jingle do candidato do PSDB. Na peça, Bolsonaro aparece em uma tela com emojis vomitando com o áudio “não dá pra errar de novo”. A campanha de Bolsonaro entende que há uma associação depreciativa.
A área jurídica do candidato do PSL prepara ainda representação contra a propaganda do PT. Além de questões técnicas sobre a utilização de montagens e trucagens, será sustentado que a propaganda passa a mensagem de que Lula ainda seria candidato, mesmo ele já tendo sua candidatura rejeitada pelo TSE.