SURPRESA

Bolsonaro promete ‘surpresa’ na escolha de novo ministro da Justiça

Presidente confirma que Alexandre Ramagem deve ser o novo diretor-geral da Polícia Federal

A aprovação do presidente Jair Bolsonaro permaneceu estável após a prisão do ex-assessor de seu filho Flávio, Fabrício Queiroz (veja fotos da prisão). Pesquisa Datafolha publicada nesta sexta-feira mostra que a aprovação de Bolsonaro se manteve em 32%. No fim de maio era 33%. A rejeição ao governo é de 44% (43% no mês anterior). Outros 23% classificam a gestão do presidente como regular (22% em maio). Para 64% dos entrevistados que souberam da prisão de Queiroz, Bolsonaro sabia onde ele estava escondido. Para 21%, ele não sabia e outros 15% dizem não saber avaliar.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou hoje que o novo ministro da Justiça e Segurança Pública “vai ser surpresa”, em um indicativo de que poderá mudar de ideia sobre a indicação do atual ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira, até então o mais cotado para a pasta que era ocupada por Sergio Moro. Em conversa com jornalistas na chegada ao Palácio da Alvorada, ele admitiu também que considera o advogado-geral da União, André Mendonça, “um bom nome”.

— Eu assino [a nomeação] e a intenção é publicar no DO [Diário Oficial] de amanhã cedo”, afirmou o presidente, acrescentando:

— Vocês vão ter uma surpresa positiva, tem dois nomes postos à mesa, o Jorge e outro. Eu não vou falar porque, se muda, vão falar que eu recuei – disse.

Bolsonaro disse que, além do conhecimento técnico, está buscando “capacidade de dialogar com outros poderes, que tenha boa entrada no Supremo, no TCU, no Congresso”.

Sobre indicações políticas, o presidente justificou que será necessário levar em conta “o momento” e que não descarta indicar um político de carreira para o cargo.

– Não é porque a pessoa foi parlamentar por um tempo que carimbou na testa dele que não pode ser aproveitado em outra função – argumentou.

Bolsonaro reforçou que confia no ministro Jorge Oliveira, mas que precisa levar em conta sua importância no atual cargo.

– O Jorge tem muita experiência, ele acumula com a SAJ (Subchefia para Assuntos Jurídicos), a SAJ é a alma do presidente, tem muita coisa que eu assino e leio a ementa apenas, eu não tenho como ler e interpretar mais de 10 mil leis no Brasil. A confiança é em primeiro lugar – afirmou, lamentando que gostaria que “houvesse outro Jorge” disponível.

– Eu entendo que o MJ é um cargo que dá muita visibilidade, é igual a SAJ, muita gente que passou pela SAJ virou ministro do Supremo, é igual o MJ, e lá 80% é segurança.

Para a diretoria-geral da Polícia Federal, Bolsonaro afirmou que “a princípio é o indicado mesmo” que assumirá o cargo, em referência ao atual chefe da Agência Brasileira de Inteligência, Alexandre Ramagem.

Sobre a possibilidade de indicar o ex-deputado Alberto Fraga, Bolsonaro reiterou que é seu amigo e que “um dia terá espaço no governo”.