ARGENTINA

Bolsonaro, sobre atentado contra Kirchner: ‘querem colocar na minha conta’

Questionado sobre episódio, presidente disse lamentar tentativa de assassinato e afirmou que mandou "notinha"

Bolsonaro sobre atentado contra Cristina Kirchner: ‘Estão querendo colocar na minha conta’ (Foto: Reprodução/RBS TV)

O presidente Jair Bolsonaro lamentou nesta sexta-feira a tentativa de atentado contra a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner e afirmou que já mandou uma “notinha”. Bolsonaro também afirmou que já estão tentando “botar na minha conta” esse “problema”.

— Já mandei uma notinha. Eu lamento. Agora, quando eu levei a facada teve gente que vibrou por aí, né? Lamento. Já tem gente querendo botar na minha conta já esse problema. O agressor ali ainda bem que não sabia mexer com arma, se soubesse teria tido sucesso.

Bolsonaro também afirmou que é um “risco que todo mundo corre” e que não viu a esquerda lamentar a facada que sofreu durante a campanha de 2018.

— Lamento. É o risco que todo mundo corre. Eu quase morri em 2018 e não vi a esquerda se preocupando comigo. Mas tudo bem.

O presidente continuou dizendo que lamentava o ocorrido apesar de não ter “nenhuma simpatia” por Kirchner.

— Eu já falei que lamento. Apesar de não ter nenhuma simpatia por ela, não desejo isso para ela. Agora, quando eu levei a facada, esse pessoal da esquerda ficou calado. Mas tudo bem. Nós temos coração, nós queremos o bem. E lamento o ocorrido e espero que a apuração seja feito, pra saber se foi da cabeça dele, ou de alguém que teria, porventura, tivesse contratado ele.

O ataque ocorreu em frente à casa de Kirchner , no bairro nobre da Recoleta, em Buenos Aires, onde um homem a abordou com uma arma de fogo, que falhou na hora do disparo, de acordo com imagens capturadas no local. Ele foi detido pelos agentes que cuidam da segurança de Cristina.

As autoridades disseram que o agressor foi identificado como Fernando Andres Sabag Montiel, um cidadão brasileiro de 35 anos, que tem residência na Argentina desde a década de 1990. Nascido em São Paulo, filho de um chileno com uma argentina, Montiel trabalha como motorista de aplicativo e tem antecedente criminal por porte de arma branca. No Brasil, não tem antecedentes criminais.

A arma utilizada no crime era uma pistola Bersa de calibre .32 e estava carregada com cinco balas, disseram as autoridades.

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, fez um discurso em cadeia nacional depois da tentativa de assassinato. Ele repudiou o ataque, convocou todos os argentinos a lutarem contra o discurso de ódio “e qualquer forma de violência” no país e decretou feriado nacional nesta sexta-feira “em solidariedade” a sua vice-presidente.

Cristina estava conversando com apoiadores em frente ao edifício em que mora quando foi abordada pelo homem armado, que mirou sua cabeça e engatilhou a arma, mas ela não funcionou. Segundo relataram ao jornal La Nación pessoas que estavam no local, a vice-presidente chegou a se agachar.

O atacante foi preso imediatamente e transferido para uma delegacia de polícia, onde seria interrogado, informou o ministro da Segurança, Aníbal Fernández. O caso está sendo conduzido pela juíza María Eugenia Capuchetti.

— Agora a situação tem que ser analisada pelo nosso pessoal da perícia para avaliar os traços, a capacidade e disposição que essa pessoa tinha — indicou Fernández.