Bolsonaro visita Goiás pela 15ª vez no pior momento da pandemia no país
Presidente vem para inauguração de trecho de 172 quilômetros a ser liberado na Ferrovia Norte-Sul
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vem a Goiás pela 15ª vez nesta quinta-feira (4) para inauguração de trecho de 172 quilômetros a ser liberado na Ferrovia Norte-Sul (FNS), entre São Simão (GO) e Estrela D’Oeste (SP). O evento será realizado no terminal localizado no Parque Industrial de São Simão, com presenças do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e de representantes da Rumo, concessionário que gere essa parte da linha férrea.
O vice-governador Lincoln Tejota (Cidadania) irá representar o governador Ronaldo Caiado (DEM), que se recupera de uma infecção urinária.
O trecho da Ferrovia Norte-Sul é operado pela Rumo, que arrematou, em março de 2019, os tramos Central e Sul. Com duração de 30 anos, o contrato compreende 1.537 quilômetros entre Porto Nacional (TO) e Estrela D’Oeste (SP), que estarão 100% operacionais até o fim de julho de 2021.
O terminal teve custo de construção de mais de R$ 80 milhões e poderá movimentar mais de 5,5 milhões de toneladas por ano de soja, milho e farelo de soja, o que equivale a 80 mil caminhões, anualmente.
A capacidade estática do espaço é de 42 mil toneladas, dividida em seis silos, descarga rodoviária de 850 toneladas/hora (20 mil toneladas/dia) e carregamento ferroviário de 3 mil toneladas/hora. As obras tiveram início em agosto de 2020 e já estão concluídas.
Governadores
A visita de Bolsonaro a Goiás acontece em meio à crise gerada pelo repique da pandemia no país, que causou lotação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na maior parte dos estados brasileiros. A média de mortes diárias ultrapassa 1 mil.
O presidente tem dito que faz “sua parte” no combate à covid-19 com lista de valores enviados pela União para cada estado em 2020. Os governadores responderam em carta, inclusive com assinatura de Caiado, um aliado, que se trata de uma obrigação constitucional e a parcela para saúde foi “minoritária”. O governador de Goiás, no entanto, se mantém discreto em tomar posicionamento.
É bom lembrar que a hospital de campanha instalado em Águas Lindas de Goiás, no Entorno do Distrito Federal, foi fechado pelo Ministério da Saúde ainda em outubro do ano passado.