Bolsonaro volta a defender remédios sem eficácia em caso de nova onda de Covid
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta quarta-feira (11) que, em caso de uma…
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta quarta-feira (11) que, em caso de uma segunda onda de Covid-19 no Brasil, “é só fazer tratamento precoce” com medicamentos como a hidroxicloroquina e invermectina. As substâncias não têm eficácia comprovada contra o coronavírus.
“Mesmo que houvesse uma segunda onda [de Covid-19], é só fazer tratamento precoce. Conversa com o médico, tem três medicamentos para outras coisas que servem também para combater a Covid, que a princípio se resolve o assunto”, disse o presidente, durante live transmitida nas redes sociais.
Em outra declaração sem amparo científico, Bolsonaro afirmou que a melhor prevenção para o vírus é “o preparo físico” e “estar bem de saúde”. Em março, o presidente disse em pronunciamento em rede nacional que, por ter “histórico de atleta”, “nada sentiria” se contraísse o novo coronavírus ou teria uma “gripezinha ou resfriadinho”.
“A maior prevenção para a Covid sabe qual é? É o preparo físico, estar bem de saúde, conseguir se alimentar bem. Nem todo mundo consegue se alimentar bem, tem gente que tem meios, mas é relaxado na alimentação. Correr de vez em quando, ficar menos fofinho. Tudo isso aí ajuda não só na precaução da Covid, mas de qualquer doença”, complementou o mandatário nesta quarta.
Especialistas afirmam que não há, até o momento, um medicamento eficaz contra a Covid-19. Segundo o infectologista Esper Kallás, a forma mais eficaz de reduzir as mortes por Covid-19 não vem dos remédios.
Um sistema de saúde de qualidade e com UTIs bem preparadas é o que, principalmente, reduz a mortalidade decorrente do novo coronavírus.
Comorbidades podem agravar problemas de saúde relacionados à Covid, mas a prevenção mais eficaz, na falta de vacinas, é o distanciamento social. Especialistas também recomendam o uso de máscara facial protetora e a limpeza constante das mãos.
Bolsonaro tem sido um crítico de medidas como o fechamento de comércios. Na live desta quarta-feira, organizada para que ele divulgasse candidatos a prefeito e vereador que disputarão o pleito municipal no fim de semana, ele voltou a criticar essas medidas.
Mais recentemente, o presidente tem criticado a vacinação obrigatória e a imunização desenvolvida pelo Instituto Butantan com a empresa chinesa Sinovac, o que pode ameaçar uma futura adesão à vacina contra a Covid.
Nesta semana, ele comemorou o fato de a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) ter determinado a suspensão de testes da Coronavac, imunizante em desenvolvimento por uma empresa chinesa e pelo Instituto Butantan, ligado ao governo paulista. A agência autorizou a retomada dos estudos nesta quarta-feira.
Bolsonaro disse que era uma vitória sua contra o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), seu rival político.
O presidente também desautorizou um acordo do Ministério da Saúde com o estado de São Paulo para a compra de 46 milhões de doses da Coronavac. Em resposta na ocasião, Doria classificou de criminosa a atitude de Bolsonaro caso ele negue o acesso a qualquer vacina aprovada pela Anvisa contra a Covid-19.
O Brasil registrou 564 mortes pela Covid-19 e 47.724 casos, nesta quarta. Com isso, o país chegou a 163.406 óbitos e a 5.749.007 pessoas infectadas pelo novo coronavírus desde o início da pandemia.
Nos últimos dias, diversos estados não apresentaram dados atualizados devido a problemas no sistema do Ministério da Saúde. Nesta quarta, somente Minas Gerais não apresentou atualizações por esse motivo.
O salto no número de casos ocorre principalmente pela ausência dos dados de São Paulo desde o último dia 6. A falta de atualizações ocorreu por causa do problema no sistema do ministério. Com os dados acumulados, o estado registrou 190 óbitos e 24.936 casos, nesta quarta.