“Brasil em ruínas”: Balanço de Lula menciona governo Bolsonaro
Petista ressaltou ainda ter barrado tentativa de golpe em 8 de janeiro e que a democracia venceu
Às vésperas da eleição municipal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV neste domingo (28/7) para ressaltar conquistas de um ano e meio de governo. Ele aproveitou a ocasião para fazer um balanço comparativo com a gestão de Jair Bolsonaro que teria, segundo ele, deixado o Brasil “em ruínas”. O petista ressaltou ainda que barrou uma tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023 e que a democracia venceu.
— Cortaram os recursos da educação, do SUS e do meio ambiente. Espalharam armas ao invés de empregos. Trouxeram a fome de volta. Deixaram a maior taxa de juros do planeta. A inflação disparou e atingiu 8,25%. O Brasil era um país em ruínas. Diziam defender a família. Mas deixaram milhões de famílias endividadas, empobrecidas e desprotegidas — afirmou.
Lula voltou a defender a responsabilidade fiscal, em um momento em que há receio entre agentes econômicos sobre o cumprimento das metas fiscais e a credibilidade do arcabouço aprovado pelo Congresso. Nas últimas semanas, declarações do presidente sobre dificuldades em cortar gastos do governo provocaram incertezas no mercado e alta do dólar frente ao real.
—Queremos um Brasil que cresça para todas as famílias brasileiras. Não abrirei mão da responsabilidade fiscal. Entre as muitas lições de vida que recebi de minha mãe, dona Lindu, aprendi a não gastar mais do que ganho. É essa responsabilidade que está nos permitindo ajudar a população do Rio Grande do Sul com recursos federais — ressaltou.
O pronunciamento da noite deste domingo foi o quarto feito pelo presidente desde que assumiu o poder, em janeiro de 2023. Presente cada vez mais constante no Palácio do Planalto nos últimos meses, o publicitário baiano Sidônio Palmeira, marqueteiro da campanha que levou o petista à vitória na eleição de 2022, esteve com Lula, na última sexta-feira, para gravar a mensagem presidencial.
Lula disse que, ao terminar seu mandato, há 14 anos, a economia mais de 4% ao ano. Ressaltou que os dados eram positivos na geração de empregos, o salário e a renda das famílias aumentavam e a inflação caía.
— De lá para cá, assistimos a uma enorme destruição no nosso país. Programas importantes para o povo, como a Farmácia Popular e o Minha Casa Minha Vida, foram abandonados.
Durante o pronunciamento, Lula afirmou que, antes mesmo de começar a governar, foi preciso buscar recursos para cobrir “o rombo bilionário” deixado pelo governo anterior. Disse que os críticos apostaram que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) não passaria de 0,8%, mas houve uma alta de quase 3% no ano passado.
Lula enfatizou que o salário-mínimo voltou a ter aumento acima da inflação, e quase 90% das categorias profissionais tiveram reajuste real de salário. Citou a aprovação da igualdade salarial entre homens e mulheres, disse que a inflação está em queda e que a taxa de desemprego é a menor em 10 anos.
Citou, como medida tomada por seu governo, a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até dois salários mínimos. E ressaltou que 24 milhões de pessoas “ficaram livres do pesadelo da fome”.
O presidente disse que o SUS foi reforçado e a Farmácia Popular está de volta e o programa Mais Médicos praticamente dobrou, com 25 mil médicos atendendo em todo o país. Falou sobre o aumento do número de vagas nas creches, a ampliação dos recursos para universidades e o lançamento do programa Pé de Meia, “uma poupança para dar às famílias a certeza de que seus filhos não serão obrigados a abandonar a escola para trabalhar”.
Disse que a proteção do meio ambiente voltou a ser prioridade, dando como exemplo a redução em 52% o desmatamento na Amazônia. E afirmou que foram resgatadas as políticas de proteção dos direitos das mulheres, do povo negro, dos indígenas, das pessoas com deficiência e LGBTQIA+.
— O Brasil se reencontrou com a civilização — afirmou.
“Brasil terá o maior plano safra da história”, diz Lula em pronunciamento
Segundo o presidente, o Brasil terá o maior Plano Safra da história, permitindo o aumento da distribuição de alimentos. O Novo PAC, acrescentou, atrairá grandes investimentos para obras de infraestrutura, ferrovias, rodovias, energia, drenagem e prevenção de riscos, policlínicas, creches e escolas.
Ele enfatizou que o governo tem combatido o crime organizado com apreensão recorde de armas, drogas, dinheiro e equipamentos de garimpo ilegal. Lembrou que foi aprovada uma reforma tributária que, assegurou, vai descomplicar a economia e reduzir o preço dos alimentos e produtos essenciais, inclusive a carne.
— Depois de anos de estagnação, a indústria brasileira está voltando a ser o motor do desenvolvimento. Com investimentos recordes na indústria automobilística, de siderurgia, de alimentos e de celulose. Isso significa mais empregos, salários e oportunidades para nosso povo.
Texto: Agência O Globo