Anistia

Brasil pode mudar a forceps

A queda da anistia ao caixa dois eleitoral e novas prisões no Tocantins mostram que a mudança é a única saída para os mandatários brasileiros.

Já vem de longe a discussão em torno dos privilégios de gente que manda no país. Os políticos são os maiores exemplos disso. O recuo na anistia ao caixa 2 eleitoral é a prova evidente de que há um outro clima. Os casuísmos, recorrentes para resolver crises como a atual, tem menos espaço. O Brasil está longe de ser uma maravilha, mas está mudando.

Essa mesma classe política teve a chance de mudar o seu rumo quando estourou o escândalo do mensalão. Não quis mudar. Veio a Lava Jato, que se encontrou com o petróleo e está dando no que está dando. A primeira grande vítima foi o PT, reduzido a pouca coisa na opinião pública, perdendo 2/3 de sua expressão na última eleição municipal. Parece óbvio que o PT vai ter que mudar de postura. Não porque queira, mas por falta de opção.

A política do Rio foi estremecida, com a prisão de Sérgio Cabral, Anthony Garotinho e Eduardo Cunha. Vai ter que surgir algo novo na próxima eleição. Da mesma foram, o Tocantins está abalado com os recentes episódios envolvendo Siqueira Campos e Marcelo Miranda.

Vem mais aí. A chamada lista da Odebrecht será ampliada. Com quase 80 delatores, serão bem mais que os 300 nomes mostrados inicialmente. Geraldo Alckmin, José Serra e Aécio Neves, os três nomes fortes do PSDB para a presidência estão nessa lista. Em Goiás, a expectativa é de gente de todos os lados. Vai sobrar pouco para falar do outro.

Que os políticos percam privilégio e encarem um novo jeito de fazer campanha e de se financiar. Já se fala que regalias do Judiciário vão cair no Congresso. Que caiam e que o tal teto salarial seja, de vez, respeitado. O Brasil vai precisa não só de regras claras, mas do seu cumprimento integral. Não que os mandatários queiram. É assim que tem que ser. Que seja.