Briga entre vereadores em Goiânia acaba na delegacia
Confusão aconteceu no plenário da Câmara Municipal. Felisberto Tavares (PR) alega que foi agredido por Paulo Magalhães (SD), que nega o fato
Uma confusão no plenário da Câmara Municipal de Goiânia na manhã desta quarta-feira (30) terminou na Central de Flagrantes da Polícia Civil. A briga começou durante a discussão do projeto de autoria do vereador Paulo Magalhães (PSD) de emenda à Lei Orgânica Municipal que reduz o tempo de recesso parlamentar de 92 para 30 dias.
Durante a discussão, Paulo Magalhães teria dado um soco no rosto do vereador Felisberto Tavares (PR). Em entrevista ao Mais Goiás, o pessedista negou que tenha acertado o colega. “Eu levantei e tentei acertar ele, mas não acertei”, afirmou.
Paulo explica que a confusão começou durante os debates do projeto, quando Felisberto teria reagido com xingamentos ao seu discurso. “O projeto ia passar e ele ficou me xingando, usou a palavra para desfazer do meu projeto. Eu peguei e falei que o mais feio é ele ter dois salários, sendo que ele recebe um salário da Polícia Federal e outro da Câmara. Eu acho que isso é falta de ética, acho que ele deveria escolher um salário e um cargo.”
Depois do ataque do colega, Felisberto, ainda segundo o pessedista, teria ido a sua mesa e o agredido verbalmente. “Ele saiu da mesa dele, foi para minha e meteu o dedo na minha cara e me chamou de oportunista e vagabundo. Aí eu não aguentei”.
Na versão de Paulo Magalhães, ele tentou dar dois socos, mas nenhum deles teria atingido o vereador do PR. A briga foi apartada por outros parlamentares.
Já Felisberto Tavares disse ao Mais Goiás que quem desferiu os xingamentos foi Paulo, e que ele teria ido à mesa do pessedista para alertá-lo. “O vereador estava atacado hoje, agredindo todos os vereadores e a mim de uma forma especial no que se refere as minhas atividades. Aí eu fui esclarecer ele, de pertinho, que precisava entender mais das leis para não ficar falando essas coisas sem fundamento, e aí ele falou que ia me dar um murro na cara”, relatou o vereador do PR.
Ainda de acordo com Felisberto, o pessebista teria dado dois socos, sendo que apenas o primeiro o atingiu. “O primeiro acertou, o segundo eu desvencilhei,” disse. Depois, outro vereador teria apartado a briga, acrescentou o parlamentar.
Logo após a confusão, Felisberto foi até a Central de Flagrantes prestar queixa da agressão. Ele disse que ficou com uma lesão na parte inferior do maxilar e fez exames de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) de Goiânia.
Troca de acusações
Paulo Magalhães nega insistentemente a agressão e disse que o colega encenou o fato. “Foi jogo de cena. Se alguém tiver precisando de ator, ele deve ser um bom ator, porque eu não o acertei”, ironizou.
Quando questionado sobre a intenção de agredir o colega fisicamente, o pessedista diz que foi ofendido. “Ele me chamou de bandido! Tudo o que eu fiz foi em defesa do projeto, que eles são contra. Infelizmente, [o recesso] era 30 dias e eles fizeram emenda para ser de 45. Mas na próxima legislatura nós pediremos para reduzir para 30 dias e vamos tentar moralizar a casa”, destacou o vereador, que foi reeleito este ano.
O pessedista pediu desculpas aos eleitores e ainda disse estar a disposição da Polícia Civil e também da Comissão de Ética da Câmera Municipal. “Quero pedir desculpa a população, porque todo mundo erra. Eu não acho que errei, apenas defendi a minha moral.”
Já Felisberto diz que o colega está mentindo. “Ele sabe o que ele fez, ele está mentindo! Ele sabe que acertou, porque ele está mentindo? Ele acha que eu estou aqui encenando?”, questionou o vereador do PR.
Tanto Paulo quanto Felisberto acreditam que, além dos exames de corpo de delito, as imagens gravadas pela TV Câmara poderão esclarecer os fatos. Contudo, em contato com a assessoria de imprensa da Casa, foi informado que as cenas chegaram a ir para o ar, mas uma queda de energia apagou todas as imagens de arquivo da emissora do dia.