Confusão

Briga interna em grupo do PL no Whatsapp expõe supostos crimes cometidos por Gustavo Gayer

Assessoria do parlamentar afirmou que Vinicius Gurgel se retratou publicamente e "o episódio se deu por encerrado"

O clima esquentou no grupo do WhatsApp da bancada do PL na Câmara dos Deputados, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após a votação que selou a aprovação da reforma tributária. É que o grupo mais próximo ao capitão reformado não aceitou os votos que colegas entregaram para que o texto fosse aprovado. A discussão, que acabou em acusações sobre supostos crimes do deputado federal goiano Gustavo Gayer (PL-GO), ocorreu no final de semana e vazou para a imprensa.

O youtuber bolsonarista goiano acabou lendo mensagem do deputado federal Vinicius Gurgel (PL-AP) com recomendação para procurar os Alcoólicos Anônimos (AA), numa alusão a um suposto acidente de trânsito que teria ocorrido em 2000 e provocado duas mortes. 

“Vai cuidar dos seus processos e vai pro AA. Deixa de dirigir bêbado!”, disparou Gurgel (PL-AP). O parlamentar goiano retrucou: “Não há processos, querido retardado. Mas o seu caso é bem diferente, né”, fazendo referência a uma investigação sobre desvios no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). 

Vinicius continuou acentuando e mantendo a posição. “Seu processo de homicídio não foi julgado! Foi prescrito! Será que você teve culpa?”, indagou na tréplica. Gurgel foi um dos que votaram a favor da reforma. “Votamos a favor do Brasil”, justificou.

A briga foi justamente por esse contexto. Vinicius Gurgel estava no PL mesmo antes do ex-presidente Jair Bolsonaro se filiar ao partido e levar consigo seus aliados mais fiéis, como Gayer, que antes fazia parte do Democracia Cristã (DC), legenda pela qual se candidatou à Prefeitura de Goiânia, em 2020.

Ao Mais Goiás, a assessoria jurídica do deputado federal Gustavo Gayer destacou que o episódio é passado e destacou que Vinicius Gurgel já se retratou publicamente. A nota de Vinícius, publicada no Instagram, no entanto, não cita o nome do youtuber goiano.

“Estou na política há mais de 10 anos e nela defendo arduamente a democracia, o respeito às instituições e às pessoas. O exercício diário da política requer diálogo, humildade e capacidade de olhar pra frente. Debates acalorados podem ocorrer, mas em nenhum momento eles devem ser transformado [sic] em desavenças pessoais. Partidos políticos são organizações plurais. As opiniões de todos os seus membros devem ser toleradas e respeitada [sic]. Reconheço meu excesso e exponho minha retratação. Vamos olhar pra frente! A política é o instrumento para buscarmos o bem-estar do povo brasileiro”, pontuou a nota de Vinicius Gurgel nas redes sociais.

Gustavo Gayer também foi exposto por Silvye

Não foi a primeira vez que os supostos crimes cometidos pelo deputado federal Gustavo Gayer foram mencionados por um parlamentar. No começo do mês passado, a deputada federal Silvye Alves (União Brasil-GO), que também caminhou com Gayer, especialmente no segundo turno das eleições de 2022 e apoiou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), disparou contra o youtuber, provocando um verdadeiro racha na direita goiana.

Ao votar pela aprovação da Medida Provisória que dava corpo aos ministérios do presidente Lula (PT), Silvye se tornou alvo de Gayer, que a acusou de ter se ‘vendido’ ao petista em postagens nas redes sociais. Ela contra-atacou.

Ela mencionou os supostos crimes no mesmo espaço de comentários do perfil de Gustavo Gayer. “Você poderia tomar vergonha na sua cara”, rebateu. “Pra um homem que já matou duas pessoas num acidente bêbado deveria ser sensível a algumas causas”, escreveu. “ALIÁS, DEIXOU A TERCEIRA PARALÍTICA E NUNCA DEU ATENÇÃO” [sic], pontuou. No dia seguinte, reforçou as acusações numa transmissão ao vivo no Instagram, a qual durou aproximadamente 20 minutos. Ao final, ainda prometeu levá-lo ao Conselho de Ética. 

Gustavo Gayer contra-atacou e moveu uma ação contra Silvye Alves ao Supremo Tribunal Federal (STF). O processo será relatado pelo ministro André Mendonça, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.