Cadê comissão de ética nos partidos
Delações, prisões e condenações. Nada disso é suficiente para que um cidadão seja expulso de partido político.
Uma das polêmicas instaladas na política brasileira, na época do mensalão, no início dos anos 2000, foi o que os partidos teriam de fazer com militantes flagrados em corrupção. Foi muito discurso e pouca ação. Roberto Jefferson, mesmo preso, continuou a ser presidente de honra do PTB. Elegeu a filho como deputada federal e a vida seguiu. O PT expulsou Delúbio Soares, que foi recebido de volta, com festa. Mesmo depois de preso, Delúbio continuou filiado.
O lugar comum dos partidos é que nada foi provado contra o militante, que deve ter direito à presunção de Inocêncio. Mais uma bobagem, que vai na trilha da impunidade que marca a história de escândalos do Brasil.
Com a Lava Jato, a coisa só piora. Com exceção de Lula e Dilma, os expoentes do PT estão presos. Todos seguem filiados. No PMDB, Eduardo Cunha e Sérgio Cabral puxam a fila de celebridades que cumprem pena. Renan Calheiros tem tudo para ser o próximo. A sigla age como se nada acontece.
Como ficam as comissões de ética? Se não agem, é porque os partidos admitem que corrupção faz parte do jogo político no Brasil. E é por essas e outras que a voz dos gabinetes soa longe do eco das ruas.