Caiado acerta ao cobrar do agro sua contribuição com Goiás

Caiado decidiu parar de tratar como bebê quem é adulto. O agronegócio goiano tem estatura de gente grande. E, sabe como é, grandes poderes significa grandes responsabilidades. O agro é poderoso. Elege nomes estado afora nos mais diversos cargos, é voz ativa em todas instâncias possíveis, tem hard e soft power a dar com pau. Mas não corresponde aos cofres do estado na mesma proporção de sua magnitude. O governador resolveu que é hora de balancear melhor esses dois lados da mesma moeda. Bola dentro de Caiado.

A ideia é criar uma contribuição para o agronegócio aos moldes do que já acontece com a indústria goiana via Fundo Protege. Estima-se que essa mordida no campo renderá algo entre R$ 700 milhões e R$ 1 bilhão, de acordo com reportagem de Fabiana Pulcineli no jornal O Popular. Essa grana seria direcionada a um fundo que custearia obras de infraestrutura ou programas sociais. Justo.

A chiadeira já começou, é claro. Alegam que isso diminuiria a competitividade do agro goiano. Bobagem. Nossos vizinhos de Centro-Oeste, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, já trabalham com contribuições semelhantes e são potências no setor tal qual Goiás. Se não tira a competitividade deles, também não tiraria a goiana.

E, para Caiado, tributar o setor em Goiás ainda terá o doce sabor da vingança, aquele prato que se come frio. O setor o abandonou nas eleições e sentou com gosto no colo do bolsonarismo do Major Vitor Hugo. O governador ficou deveras magoado com essa punhalada nas costas. Ronaldo Caiado sempre se orgulhou de ser um legítimo representante do setor e foi preterido por um forasteiro em terras goianas.

Pois é, rapaziada da caminhonetona do agro: tudo que você faz um dia volta pra você. O apoio ao derrotado Vitor Hugo agora se volta contra o bolso do segmento. É do jogo. E, analisando Goiás em aspecto macro, é mais que justo. Gol de Caiado.

@pablokossa/Mais Goiás | Foto: Jucimar Sousa – Mais Goiás