Caiado afirma a Pazuello que é “inaceitável” João Dória anunciar vacina e cobra atitude do MS
Durante reunião dos governadores com o ministro da Saúde, Caiado cobrou tratamento igualitário aos Estados na vacinação contra a Covid-19
O governador Ronaldo Caiado (DEM) cobrou, durante uma reunião emergencial dos governadores com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que ocorreu no início da tarde desta terça-feira (8), uma postura firme do Ministério da Saúde (MS) sobre o início da imunização e distribuição das doses das vacinas contra a Covid-19 aos Estados. Em uma fala que durou quase nove minutos, Caiado disse que é “inaceitável” o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), anunciar que vai iniciar a vacinação no Estado no dia 25 de janeiro e afirmar que o governo federal está dificultando a vacinação.
“Como é que pode São Paulo dizer que no dia 25 de janeiro inicia o processo de vacinação? E que quem for para a São Paulo vai ser vacinado ? Então vamos falar as coisas como elas são. Isso é um constrangimento completo a nós governadores. Nós somos incompetentes? Essa situação, senhor ministro, é prerrogativa do Ministério”, afirmou.
O democrata disse que o que ficou acertado na última reunião de Pazuello com os governadores, no dia 20 de outubro – quando o ministro anunciou a distribuição da vacina chinesa CoronaVac – não está sendo cumprido. “Isso não é o que nos acertamos no dia 20 de outubro. O que acertamos é que nenhuma iniciativa aconteceria se não fosse coordenada pelo Ministério da Saúde. Nós não podemos privar o cidadão, o que mora no Acre, ou o que mora em Goiás ou no Tocantins, em detrimento de dois Estados”, afirmou
O governador de Goiás defendeu que, assim que o laboratório Butantã finalizar a produção da CoronaVac e ela for aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), sejam distribuídas as quase 50 milhões de doses de forma igualitária aos Estados brasileiros. “O MS, com a prerrogativa que tem, não pode abrir espaço para nenhum Estado querer sair na frente de outro”, cobrou.
Cobrança
Por várias vezes, Caiado pediu a Pazuello que o Ministério dê um norte aos Estados e afirmou que o Plano de Imunização é de competência do governo federal. “O MS, com a prerrogativa que tem, não pode abrir espaço para nenhum Estado querer sair na frente de outro. Esse fato tem que ficar muito claro aqui.”
O democrata finalizou argumentando sobre a importância do início da vacinação no atual momento da saúde no Brasil e na contenção dos gastos públicos na luta contra a Covid-19. “Eu sei o significado disso para a vida das pessoas para ter tranquilidade. É podermos desativar um aparato. Hoje eu tenho 40% dos leitos de UTIs ocupados em Goiás. Eu mantenho toda estrutura por um custo altíssimo, que eu não tenho condição de desativar, porque não sei qual a proporção que chegará a segunda onda.”
No final da reunião, após pressão dos governadores, Pazuello garantiu que o Plano Emergencial de Vacinação para os grupos de risco, que não precisará do aval da Anvisa, será publicado nesta quarta-feira (9).