FÓRUM DE GOVERNADORES

Caiado e demais governadores defendem reunião com Bolsonaro

Gestores estaduais optaram por não emitir nota contra o presidente durante reunião do Fórum Nacional de Governadores, nesta segunda

Caiado e demais governadores defendem reunião com Bolsonaro (Foto: Reprodução)

O Fórum Nacional de Governadores se reuniu nesta segunda (23) e decidiu que quer um encontro com Bolsonaro (sem partido), em Brasília. A ideia partiu governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM).

O gestores, contudo, optaram por não emitir nota pública contra o presidente. “A insistência é o diálogo com o presidente da república para pararmos com interpretações que só provocam acirramento entre extremos”, disse Caiado durante a reunião. “Democracia é feita de diálogo.”

Além disso, no encontro também foi defendida a reunião com os presidentes dos demais Poderes. O governador do Distrito Federal (DF) Ibaneis Rocha (MDB) vai levar os convites.

Quatro pontos dos governadores

No encontro, ficaram definidos quatro pontos de consenso entre os governadores do fórum.

Primeiro, convidar o presidente da República, Jair Bolsonaro, para reunião com governadores; bem como os presidentes da Câmara, Arthur Lira; do Senado, Rodrigo Pacheco; e do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux. E ainda: afirmar o compromisso de manter as polícias nos trilhos da legalidade; reafirmar o pacto pela vida contra o coronavírus e defender a vacina; e, por fim, a garantir criação do Consórcio Brasil Verde no segmento ambiental.

Desgastes com o STF

O presidente do STF, Luiz Fux, cancelou uma reunião entre os chefes dos Poderes e o presidente Bolsonaro, no último dia 5. Segundo ele, o gestor federal ataca integrantes da corte e divulga interpretações equivocadas de decisões do plenário, além de colocar suspeitas no processo eleitoral brasileiro.

“O Presidente da República tem reiterado ofensas e ataques de inverdades a integrantes desta Corte, em especial os ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes (…) Diante dessas circunstâncias, o Supremo Tribunal Federal informa que está cancelada a reunião outrora anunciada entre os Chefes de Poder”, declarou.

Fux se referia a reação de Bolsonaro após ser incluído pelo ministro Alexandre Moraes no inquérito das fake news. Em tom de ameaça, o presidente afirmou que o “antídoto” para a ação não está “dentro das quatro linhas da Constituição”.

“Ainda mais um inquérito que nasce sem qualquer embasamento jurídico, não pode começar por ele [pelo Supremo Tribunal Federal]. Ele abre, apura e pune? Sem comentário. Está dentro das quatro linhas da Constituição? Não está, então o antídoto para isso também não é dentro das quatro linhas da Constituição”, disse o presidente em entrevista à rádio Jovem Pan.