Caiado lamenta morte de prefeito de BH: ‘Solidariedade aos irmãos mineiros’
Ele estava internado desde 3 de janeiro no Hospital Mater Dei, após ser diagnosticado com insuficiência respiratória aguda

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e a primeira-dama Gracinha Caiado lamentaram a morte do prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, aos 77 anos, nesta quarta-feira (26). A informação foi confirmada pela Prefeitura da capital mineira. Ele estava internado desde 3 de janeiro no Hospital Mater Dei, após ser diagnosticado com insuficiência respiratória aguda.
“Economista e escritor, Noman lutou bravamente contra um câncer e suas complicações. A doença não o impediu de disputar e vencer as eleições do ano passado, bem como de tomar posse como representante dos belo-horizontinos. Deixo aqui meu abraço e minha solidariedade aos irmãos mineiros, especialmente aos familiares e amigos de Noman”, afirmou o governador.
Em outubro, Fuad fez história ao se tornar o político mais velho a vencer uma eleição para a prefeitura de Belo Horizonte. No entanto, desde o pleito, enfrentou problemas de saúde e foi internado ao menos quatro vezes. Ele deixa a esposa Mônica, dois filhos e quatro netos.
O economista é o segundo prefeito da história da cidade a morrer no cargo. O primeiro foi Américo Rennê Giannetti, que assumiu a gestão em 1951 e faleceu em 1954. Com a morte de Fuad Noman, o vice-prefeito Álvaro Damião (União Brasil) assume a administração municipal pelos próximos quatro anos.
Fuad havia anunciado em julho de 2023 que estava em tratamento contra um linfoma não Hodgkin. Mesmo enfrentando a doença, seguiu exercendo o cargo e participou ativamente da pré-campanha para reeleição. Próximo ao segundo turno, revelou que estava em remissão e havia sido liberado das sessões de quimioterapia.
As complicações do tratamento o levaram a internações recorrentes, impedindo sua presença na diplomação e posse, no dia 1º de janeiro. Ele participou da cerimônia de forma remota, usando máscara e ao lado da esposa, seguindo orientações médicas devido à baixa imunidade.
Servidor de carreira do Banco Central, Fuad Noman também teve passagens pela Casa Civil da Presidência da República, na gestão de Fernando Henrique Cardoso, e por secretarias do governo de Minas Gerais, sob Aécio Neves e Antonio Anastasia. Em 2022, assumiu como prefeito de Belo Horizonte após a saída de Alexandre Kalil para disputar o governo estadual.
A gestão de Fuad foi marcada por tensões com a Câmara Municipal, que instaurou CPIs para investigar contratos de serviços públicos, como o transporte coletivo e a limpeza da Lagoa da Pampulha. Mesmo assim, ele se apresentou como um político conciliador e venceu o segundo turno contra Bruno Engler (PL) por 53% a 46%.
Além da vida pública, Fuad Noman também se dedicava à literatura e publicou três livros de ficção. Um deles, “Cobiça” (2020), foi alvo de polêmica na campanha, quando opositores alegaram que a obra fazia apologia ao estupro. A Justiça Eleitoral determinou a retirada das propagandas que exploravam o tema.
Após a eleição, o prefeito prometeu priorizar a modernização do contrato de transporte público e a redução de acidentes no Anel Rodoviário, uma das principais vias de Belo Horizonte. Com sua morte, a cidade agora inicia um novo capítulo sob a liderança de Álvaro Damião.
Nota da prefeitura de Belo Horizonte sobre Fuad Noman:
“É com profundo pesar que a Prefeitura de Belo Horizonte informa o falecimento do prefeito Fuad Noman, ocorrido nesta data.
Fuad Noman dedicou décadas de sua vida ao serviço público, sempre pautado pelo compromisso com a ética, o diálogo e o bem-estar da população de Belo Horizonte. Economista por formação, com sólida trajetória na administração pública, Fuad ocupou importantes cargos no Governo Federal, Governo de Minas Gerais e na Prefeitura de Belo Horizonte, sempre deixando marcas de competência, responsabilidade e sensibilidade social.
Em 2022, assumiu o cargo de prefeito da capital mineira, e desde então conduziu a cidade com serenidade, firmeza e espírito público.
Fuad era conhecido por seu trato gentil, sua capacidade de escuta e seu amor por Belo Horizonte. Um homem público íntegro, cuja história se confunde com o desenvolvimento da nossa cidade.
Neste momento de dor, nos solidarizamos com os familiares, amigos e todos os cidadãos belo-horizontinos que perdem não apenas um líder, mas um exemplo de ser humano. A cidade se despede com gratidão e reverência.
Informações sobre o velório e homenagens serão divulgadas em breve.
Prefeitura de Belo Horizonte”