Caiado responde Ibaneis e diz ter ojeriza a quem rouba da saúde
Tem a folha bancada pela União, recebe mais de R$ 14 bilhões a fundo perdido, mas não consegue ser exemplo de gestão, afirmou o governador de Goiás
Em nota, Ronaldo Caiado (DEM) disse que o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), é incompetente e “só pensa em negociatas”. Ainda segundo o governador de Goiás, Ibaneis tem a folha bancada pela União, recebe mais de R$ 14 bilhões a fundo perdido, mas não consegue ser exemplo de gestão.
“Mesmo com tantos recursos bancados pela União, hoje o DF tem apenas 358 leitos para pacientes de Covid. Sabendo que grande parte da população do Entorno trabalha e consome em Brasília, Ibaneis em vez de investir na saúde, prefere atacar essa população, fala em fechar a divisa e negar atendimento”, disse, ainda, o gestor de Goiás. “Teve dois sócios travestidos de secretários na mira da polícia: o secretário da Saúde foi preso e o de Transportes comanda uma máfia no Entorno”, completou.
A reação de Caiado veio após o governador do DF dizer ao programa UOL Entrevista que o goiano era “incompetente” no campo político e administrativo. E ainda: “Nunca tive um bom relacionamento com Caiado. Acho que ele tem problemas psiquiátricos. Tem que cuidar desse assunto.”
Confira a nota na íntegra:
“Meu problema psiquiátrico sério é ter ojeriza a quem rouba dinheiro da saúde e do transporte público.
A incompetência de Ibaneis é tamanha que o DF, além de ter a folha bancada pela União, recebe mais de R$ 14 bilhões a fundo perdido, mas não consegue ser exemplo de gestão. Porque ele só pensa em negociatas. Por isso teve dois sócios travestidos de secretários na mira da polícia: o secretário da Saúde foi preso e o de Transportes comanda uma máfia no Entorno.
Mesmo com tantos recursos bancados pela União, hoje o DF tem apenas 358 leitos para pacientes de Covid. Sabendo que grande parte da população do Entorno trabalha e consome em Brasília, Ibaneis em vez de investir na saúde, prefere atacar essa população, fala em fechar a divisa e negar atendimento. Tudo para desviar o foco da falta de investimentos na saúde. Enquanto isso, em Goiás, montamos mais de 860 leitos e vamos chegar a mais de mil até o começo da próxima semana. Temos dois hospitais de campanha, que atendem inclusive pacientes do DF, um em Luziânia e outro em Formosa, que serão transformados em Hospitais Regionais quando isso tudo passar. Mais trabalho, menos “negócios”, Ibaneis.”
Histórico
No último dia 23, Ibaneis ameaçou fechar a divisa com o estado de Goiás caso não fossem criados leitos de UTI para o tratamento de Covid na região do entorno. Ele afirmou que a situação estava crítica e que o gestor de Goiás precisa cuidar da população.
“O Governo de Goiás está negligenciando seus pacientes. Sem leitos e hospitais, transfere a obrigação de cuidar de sua população a nós, do DF. Não me furto a essa missão, mas está chegando a um ponto em que a gente precisa chamar a atenção do governador”, disse Ibaneis.
Em resposta à fala de Ibaneis, Caiado publicou uma nota no final da tarde do mesmo dia classificando a declaração como “estapafúrdia” e que ela causou “nojo e repúdio”.
“Diante de um momento tão delicado vivido por todos nós, onde a maioria dos governadores se dão as mãos para ajudar os que mais necessitam, causa repúdio e nojo ler uma declaração estapafúrdia do governador do DF, Ibaneis Rocha, de que vai fechar as fronteiras do DF com Goiás”.
Antes disso
Este não foi o primeiro desentendimento entre os dois governadores sobre a questão. Em maio de 2020, Ibaneis afirmou que publicaria um documento para impedir o atendimento em suas unidades de saúde de pessoas que moravam em Goiás. A proibição do atendimento de pessoas do entorno visaria privilegiar os cidadãos residentes no DF.
O governador, contudo, não havia explicado a base legal para assegurar essa limitação, uma vez que a Constituição prevê no Artigo 194 “a universalidade da cobertura e do atendimento” da seguridade social, o que abrange a saúde. Na época, Caiado reagiu criticando a medida e pediu à União para resolver a situação e Ibaneis acabou recuando da medida.