Caiado reza para que eleições goianas não peguem o jeito da nacional
Pouco menos de cinco meses nos separam do dia em que iremos às urnas no…
Pouco menos de cinco meses nos separam do dia em que iremos às urnas no primeiro turno das eleições. E o ambiente político já se encontra em temperatura acima daquela que usualmente observávamos em pleitos passados nessa altura do campeonato. Alguns fatores levam a isso. A ausência da Copa do Mundo no meio do ano quebrando esse ritmo é um deles, mas não o principal. O que de fato faz com que o assunto eleições ganhe tamanha atenção com essa antecedência se deve à precipitação do debate que Bolsonaro promoveu.
Nesse contexto, observamos o quão delicada é a posição de Ronaldo Caiado. No jogo político tradicional de quem tenta a releição, o governador fez tudo certinho. Trouxe para seu arco de aliados um partido forte como o MDB, tem lideranças de inconteste peso político brigando para candidato ao Senado em sua chapa, os partidos mais expressivos estão ao seu lado. Até aí tudo certo. Mas só até aí. O risco de Caiado ser surpreendido e enfrentar perrengues para se reeleger vem de algo que ele não tem grande influência: a pauta nacional.
Historicamente, as eleições goianas são descasadas das nacionais. Nosso eleitor não vota no governador segundo a lógica do voto para presidente. Marconi Perillo venceu em 1998 sendo do partido de FHC, mas todos sabíamos que o presidente queria mesmo era Iris Rezende de governador. Marconi venceu seguidos pleitos, ele candidato ou apoiando Alcides Rodrigues, nos áureos tempos do PT vencendo tudo no Brasil.
Se continuar assim, Caiado está com a faca e o queijo nas mãos. Se tivermos mudança, a coisa pode complicar.
A disputa entre Lula e Bolsonaro não é confortável para Caiado. Ele não é benquisto por nenhum dos dois eleitorados. Os bolsonaristas têm em Vitor Hugo um perfil raiz para se engajarem. A esquerda, historicamente de força eleitoral limitada em Goiás, não optará por Caiado. Quem então estará com o governador?
Sim, não há saída: ele precisará de votos de quem vai digitar os números de Lula e Bolsonaro. Por isso carece de campanhas dissociadas.
Se os pleitos misturarem, dias difíceis virão para o governador.