ECONOMIA

Caiado vai a Brasília tentar adiar tramitação da reforma tributária

O chefe do Executivo tem reuniões com o líder da bancada do Republicanos, deputado federal Hugo Motta, e com a bancada federal goiana

O governador Ronaldo Caiado (UB) tem agendas nesta terça-feira (4), em Brasília, em sua empreitada contra a reforma tributária. O chefe do Executivo tem reuniões com o líder da bancada do Republicanos, deputado federal Hugo Motta, e com a bancada federal goiana.

Caiado tem se manifestado reiteradamente contrário ao texto da reforma tributária que tramita no Congresso Nacional. A ideia é ir a Brasília na tentativa de pelo menos adiar as discussões na Câmara dos Deputados para depois do recesso de meio de ano. Ele prega que é preciso ter mais tempo para discussões.

Arrecadação dos estados

Uma das principais críticas de Caiado se refere à forma como o imposto único está na forma de recolhimento de imposto, que, segundo o texto, seria modificado para o local de consumo, a partir da simplificação de cinco impostos substituídos por um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) dual, pago à União e outro para estados e municípios. Para Caiado, a unificação de impostos federais afetaria quase 80% da arrecadação de estados e municípios.

Para isso, o governador busca mobilizar a bancada de deputados goianos, empresários e prefeitos para pressionar que o texto seja modificado.

Parte do convencimento foi realizado em evento na semana passada, quando a secretária interina de Economia, Selene Peres Peres Nunes, e o secretário-geral de Governo, Adriano da Rocha Lima, apresentaram gráficos aos representantes dos diversos setores sobre possível perda da autonomia dos entes federados. Além disso, argumentaram que o texto promove indefinição sobre alíquota a ser cobrada pelo futuro Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) – que substituirá o ICMS e o ISS a partir de 2033 –, prejuízo para os setores de educação, saúde e alimentação, e risco de desemprego e de concentração industrial.

A preocupação de Caiado ganhou coro nos últimos dias com os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), que também passaram a articular adiamento da votação no Congresso para depois do recesso.

Durante agenda em Goiânia, na manhã do último sábado (1), o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), por outro lado, reforçou a necessidade da reforma tributária no País. Ele disse que o sistema tributário atual é anacrônico e penaliza o empreendedorismo. Por isso, salientou que “precisamos migrar para um modelo mais racional, que está desenhando em linhas gerais no modelo apresentado. Precisa de ajustes, mas está na direção correta”.