Caiado volta a criticar Enel após crise de energia em São Paulo
O governador ressaltou que em outros setores, como a telefonia, as privatizações foram bem-sucedidas
Mesmo com a Enel distante do solo goiano, o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) voltou a criticar o modelo de concessão à iniciativa privada do setor energético nesta quarta-feira (08/11). O contexto é a crise recente que São Paulo vivencia no fornecimento de energia elétrica. A companhia italiana é a responsável pela distribuição do serviço para os paulistas.
“Na distribuição de energia, (a privatização) não conseguiu, em nenhum estado, atender à demanda e ao consumo, muito menos à expansão solicitada”, afirmou Caiado em entrevista ao Estadão. O governador ressaltou que em outros setores, como a telefonia, as privatizações foram bem-sucedidas.
Desde a última sexta-feira (03/11), quando fortes chuvas atingiram o estado do Sudeste, milhões de moradores ficaram sem energia e enfrentam problemas com demora no restabelecimento do serviço.
Nos últimos anos, Caiado enfrentou problemas nos serviços prestados pela Enel em Goiás até que em dezembro de 2022, a companhia italiana deixou o estado, após acerto de compra do serviço de distribuição pela Equatorial Energia, por R$ 1,6 bilhão.
Apesar do Governo de Goiás não ter papel direto nas tratativas, Caiado acompanhou o rito para garantir a adequada prestação de serviço, sobretudo no período de transição. Sendo assim, a Agência Goiana de Regulação (AGR), responsável pela fiscalização do fornecimento de energia em Goiás, foi acionada para garantir a manutenção preventiva e emergencial.
Ainda como senador da República, entre 2015 e 2018, Caiado acompanhou as negociações para a entrada da Enel no mercado goiano e foi contrário aos termos da operação de venda da Celg-D para a companhia.
“Foi uma venda fraudulenta, até porque Goiás ficou com uma dívida de R$ 12 bilhões que nós, goianos, ainda temos de pagar. Chegamos ao governo e continuamos nessa luta, exigindo que cumprissem tudo aquilo que havia assinado. E, mesmo assim, não cumpriam. Quando chegou agora, que a Enel viu que ia para a caducidade (cancelamento do contrato), rapidamente vendeu a concessão para a Equatorial”, explicou.