Caiado x Bolsonaro: eleição indica que direita chegará dividida a 2026 em Goiás
Caiado e Bolsonaro estiveram em palanques diferentes em cidades como Goiânia, Anápolis, Valparaíso e Jataí
Os rumos que a eleição tomou em Goiás apontam para duas possíveis conclusões, na visão de políticos ouvidos pela reportagem. A primeira é a de que a maioria do eleitorado goiano tem um pensamento alinhado com o que defende a direita; e 2) os políticos que representam esse espectro ideológico no Estado chegarão divididos à eleição de 2026.
Um dos assuntos mais comentados do segundo turno em Goiânia e Anápolis foi o embate entre o governador Ronaldo Caiado e o ex-presidente Jair Bolsonaro, cada qual com os seus candidatos. Tanto Caiado, quanto Bolsonaro ambicionam ser o farol da direita brasileira na eleição presidencial de 2026, e foram constantemente questionados sobre isso.
Embora a vitória dos candidatos apoiados por Caiado em Goiânia e Aparecida tenha sido importante para o governador, o resultado mostrou também que a força de ambos no Estado é muito parelha, e que hoje é impossível prever com quem o eleitor goiano caminhará se tiver que escolher entre os dois em 2026.
Ambos estiveram em lados opostos em outros municípios, como Anápolis e Jataí (onde Bolsonaro venceu) e Valparaíso (onde Caiado venceu).
Caiado e Bolsonaro não só tendem a estar em palanques diferentes em 2026 na disputa presidencial, como também na eleição para governador. A base caiadista estará, com certeza, no flanco do vice-governador Daniel Vilela (MDB). Ao passo que os bolsonaristas preparam-se para trabalhar pela candidatura do senador Wilder Morais (PL).
Projeção nacional
A prova de que o crescimento de Caiado preocupa Bolsonaro foi o fato de o ex-presidente ter dedicado o domingo de eleição, uma data nobre no calendário político, para visitar o território goiano e fazer uma última manifestação de apoio a Fred Rodrigues, Alcides Ribeiro e Márcio Corrêa.
Bolsonaro minimizou a rivalidade com Caiado dizendo que o “caiadismo só existe em Goiás”. O governador, a partir de agora, terá dois anos para ganhar espaço em outros estados e provar que a avaliação do ex-presidente estava errada.