Câmara deve ter várias mudanças durante janela partidária de 2020
Legendas podem ficar sem nenhum representante na Câmara após mudanças
A Câmara Municipal de Goiânia está em recesso das atividades em plenário até o dia 4 de fevereiro. No entanto, os parlamentares não estão parados e vários deles mudarão de partido durante a “janela”, em que vereadores podem mudar de legenda, sem prejuízo do mandato. Pelo menos 15 deles podem mudar de sigla para atender a estratégias para as Eleições de 2020.
Desde a reforma eleitoral de 2015, há a possibilidade de uma desfiliação partidária injustificada. Vereadores no exercício do cargo podem trocar de legenda nos 30 dias anteriores ao último do prazo para filiação partidária, que ocorre seis meses antes do pleito, ou seja, até o início de abril.
A reportagem do Mais Goiás apurou nomes que poderão mudar de legenda. Há partidos que devem perder vários integrantes, outros que ficarão sem representatividade no Poder Legislativo Municipal.
Ganham força
O MDB deve ser o partido a receber mais parlamentares no período de janela partidária. A legenda atualmente tem três vereadores e pode ultrapassar o número de dez. O presidente estadual do partido, Daniel Vilela, tem feito convites a vários parlamentares para se filiar a legenda. A candidatura de Iris Rezende à reeleição a prefeito pode pesar na decisão de vereadores.
“Se você for analisar, o momento da administração é bem positivo. Mas essa próxima eleição será um laboratório, sem as coligações proporcionais, todos os partidos precisam ter as chapas próprias, mas a gente precisa ter uma chapa competitiva. O prefeito fala que não é candidato, mas eu acredito que tudo isso precisa ser levado em consideração para uma mudança partidária”, argumentou Denício Trindade que pode deixar o Solidariedade para se filiar ao MDB.
Tiãozinho Porto, que hoje está no Pros, avaliou que o convite a ele é algo natural, pela proximidade que tem com o prefeito. O vereador foi líder de Iris Rezende na Câmara Municipal de Goiânia no ano de 2018. Ele agradeceu o convite, mas disse que não tem nada definido. O parlamentar continua no Pros, pelo menos por enquanto.
“Hoje nós temos quatro deputados e dois vereadores. Estamos tendo pelo menos duas reuniões por mês. O PROS tem possibilidade de lançar candidato a prefeito. Convites eu recebi do MDB e de outro partido, mas a ideia é fortalecer a nossa chapa visando a próxima legislatura”, explicou o vereador.
Perdem
O PSDB pode perder os dois vereadores. Dra Cristina é pré-candidata a prefeita de Goiânia, ela já anunciou que se filiará junto ao Partido Liberal (PL). A parlamentar avaliou durante o processo de conversação que não mais havia condições para permanecer no “ninho tucano”, mas que no PL poderá desenvolver a candidatura e disputar a eleição em melhor situação.
O outro parlamentar do PSDB é Anselmo Pereira. O vereador também pode deixar a legenda. Ele pode voltar ao MDB, partido em que já esteve filiado no passado, mas por falta de competitividade, Anselmo preferiu mudar de partido. O mesmo filme pode se repetir. Caso o PSDB não se organize e se torne difícil para eleição de parlamentares, o parlamentar considera a mudança de legenda.
“Eu estou no PSDB. Agora em fevereiro, março, em diante, é preciso tomar cuidado. Legenda é um negócio muito perigoso. Há cinco mandatos, só eu ganhei no PMDB, só um vereador, o último menos votado foi o vereador Mozart Morais, era vereador, perdeu com 4.850 votos, eu tive ganhar com 7.534. Foi isso o que me obrigou a sair na época, porque eu não tinha legenda, então você entendeu o que quero dizer, nunca diga que dessa água não beberei”, afirmou.
Indecisão
Há vereadores que estão indecisos quanto a decisão de mudança de chapa. Sabrina Garcez está sem partido desde a saída dela do PTB. Ela recebeu convite do MDB, mesmo fazendo oposição ao prefeito Iris Rezende. A parlamentar deve se filiar a um partido de oposição a administração municipal.
“Eu recebi convite para o MDB. Há uma ala mais jovem que busca uma renovação política, por exemplo, o prefeito Gustavo Mendanha, que é um tipo de político que acredito. Já conversei também com o ex-ministro Alexandre Baldy, com o senador Vanderlan, que dialogaram comigo em relação ao PP. É preciso ter tranquilidade. Estão aparecendo os candidatos a prefeito, alguns aqui na Câmara. Eu tenho certeza que estarei em um projeto que pense em algo novo para Goiânia”, ressaltou Sabrina Garcez.
Governo
O DEM, partido do governador Ronaldo Caiado também está em movimentações na Câmara Municipal de Goiânia. O vereador Paulo Daher, único parlamentar filiado à legenda, aguarda as movimentações visando formação de chapa competitiva para decidir a permanência dele na sigla. Paulo Daher pode se filiar junto ao PMN, partido que em Goiânia é presidido pelo pai dele, que tem o mesmo nome.
O vereador Paulo Magalhães, que cogita não participar da disputa eleitoral deste ano, pois pode lançar o filho dele, Paulo Henrique Magalhães. No entanto, pode deixar o PSD e se filiar ao DEM. O parlamentar recebeu convite para filiação junto ao MDB, mas disse que fez compromisso com o governador Ronaldo Caiado ainda durante o período da campanha eleitoral de 2018.
“Recebi (o convite), mas falei para o Iris que não teria condições, teria que conversar com o governador Ronaldo Caiado, participei da campanha dele, ajudei mobilizando 19 vereadores que o apoiaram, de forma que se ele cumprir com uma sala no Palácio para atender as demandas dos vereadores eu irei acompanhá-lo, caso contrário posso pensar na proposta feita pelo Iris”, descreveu o vereador Paulo Magalhães.
O Mais Goiás levantou informações junto aos parlamentares que podem mudar de partido. Outras alterações partidárias, não estão descartadas. Veja quem pode mudar de partido:
Anselmo Pereira: pode deixar o PSDB e retornar ao MDB;
Carlin Café: deixará o Cidadania (antigo PPS) e deve ingressar em um partido da base do prefeito Iris Rezende. Recebeu convite para filiação ao MDB;
Denício Trindade: está no Solidariedade, mas recebeu convite para regressar ao MDB;
Divino Rodrigues: está no PROS, mas avalia competitividade da chapa a ser formada para as eleições de outubro;
Dra Cristina: deixará o PSDB e vai se filiar ao PL. É pré-candidata a prefeita de Goiânia. Sem condições de disputar eleições no PSDB, a vereadora optou por deixar o partido;
Dr Gian: está no PSB, mas cogita mudança de partido. Parlamentar avalia competitividade na chapa;
Dr Paulo Daher: está no DEM, mas pode trocar a legenda pelo PMN, partido que é presidido em Goiânia, pelo pai dele, que leva o mesmo nome;
Felizberto Tavares: deixará o PL e pretende disputar eleição a prefeito de Goiânia pelo PRTB;
Izídio Alves: está no PL, mas foi convidado para retornar ao MDB;
Kleybe Morais: está no Democracia Cristã (DC), mas deve ir para o MDB. Vereador se manifestou em prestação de contas;
Lucas Kitão: está no PSL, recebeu convite de outras legendas. Indefinição no PSL pode levá-lo a outro partido;
Oseias Varão: está sem partido desde que saiu do PSB. Recebeu convite para o MDB, mas ainda não definiu futuro partidário;
Paulo Magalhães: está no PSD, mas recebeu convite para filiação ao MDB. Vereador não descarta filiação ao DEM. Parlamentar pode não disputar reeleição e lançar o filho, Paulo Henrique Magalhães, como candidato a vereador;
Sabrina Garcez: está sem partido, desde que saiu do PTB. Parlamentar recebeu convites de várias legendas, inclusive do MDB, mesmo fazendo oposição ao prefeito Iris Rezende;
Tiãozinho Porto: a princípio continua no PROS, mas recebeu convite para filiação ao MDB. Formação de chapa no PROS pesará na definição;