Campanha de Lula estuda ampliar mobilização de rua em Goiás e quatro estados
Na reta final da campanha, o PT pretende tentar aumentar a mobilização de rua em…
Na reta final da campanha, o PT pretende tentar aumentar a mobilização de rua em pelo menos quatro estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Rio Grande do Sul. É o que afirma reportagem publicada na tarde desta terça-feira (13) pelo jornal O Globo. “Há uma leitura interna da campanha que é necessário mais gente na rua defendendo o nome do Lula e ajudando no convencimento de eleitores indecisos”, diz o texto.
A estratégia petista tem como objetivo se contrapor às mobilizações que levaram multidões às ruas de Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro no 7 de Setembro, quando Bolsonaro pegou carona na comemoração do Bicentenário da Independência do país para fazer campanha eleitoral.
“A campanha nas redes é importante, mas nada substituiu o olho o olho”, afirma o ex-governador do Piauí Wellington Dias (PT-PI).
A decisão foi tomada enquanto a coordenação do staff petista analisava os números da mais recente pesquisa Ipec, em que Lula aparece com 15 pontos de vantagem sobre o atual presidente Jair Bolsonaro.
No entorno de Lula, a avaliação é que o resultado da pesquisa reforça o entendimento de que a melhor estratégia, neste momento, é a de buscar o chamado “voto útil”, de eleitores que hoje optam por Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB), que aparecem longe dos dois líderes. Entretanto, embora o ex-presidente tenha dito publicamente, há uma semana, que falta “um tiquinho” para vencer em 2 de outubro, o petista admitiu a pessoas próximas que essa é uma eleição de dois turnos. Para liquidar a disputa na primeira etapa é preciso que o candidato receba mais da metade do votos válidos.
É nesse contexto, segundo a campanha de Lula, que entra a mobilização de rua.
Aliados de Bolsonaro
Integrantes da campanha bolsonarista minimizaram a pesquisa Ipec e afirmam que não estão levando os dados em consideração para traçar estratégias na reta final a disputa. De acordo com eles, sondagens internas — que não podem ser divulgadas porque não têm registro no Tribunal Superior Eleitoral e não seguem os mesmos critérios de institutos tradicionais — apontam uma distância menor entre o presidente e Lula, de cerca de seis pontos percentuais.
Integrantes do governo e aliados têm usado as redes sociais para contestar os resultados de pesquisas que mostram desvantagem do presidente em relação ao petista. Um dos principais argumentos são as imagens dos atos bolsonaristas ocorridos em 7 de Setembro, que mostrou um grande contingente de apoiadores do atual titular do Palácio do Planalto.
Ciro e Simone
Na campanha de Ciro Gomes (PDT), que oscilou um ponto para baixo na pesquisa, indo de 8% para 7%, o discurso é que a estratégia adotada pelo candidato de ataques a Lula e a Bolsonaro será mantida. Segundo integrantes da equipe do pedetista, o plano é tentar furar a polarização, uma vez que Ciro aparece no levantamento como segundo opção de voto tanto de eleitores petistas quanto de bolsonaristas.
— É uma estratégia que Ciro apostou, não sou a favor nem contra. Apoiamos. E ele tem marqueteiro, tem estrategista, ou seja, tem toda essa cobertura que lhe dá esse aval — diz o secretário-geral do PDT, Manoel Dias.
Embora estagnada no patamar de 4% das intenções de voto, a campanha de Simone Tebet (MBD), por sua vez, destaca o fato de ela ao menos não ter “desidratado” nesta altura da disputa, faltando menos de 20 dias para as eleições. Com esse desempenho, uma das estratégias da candidata deve ser tentar tornar-se mais conhecida junto aos eleitores no Nordeste.