Campanha de Vanderlan faz Caiado se reconciliar com Vilmar após 16 anos
A data que marcou o lançamento da candidatura do senador Vanderlan Cardoso (PSD) à prefeitura…
A data que marcou o lançamento da candidatura do senador Vanderlan Cardoso (PSD) à prefeitura e Goiânia foi também o dia em que uma das mais acirradas rivalidades da política goiana acabou. Após mais de 15 anos de troca de ataques e rusgas, o governador Ronaldo Caiado (DEM) e o ex-deputado Vilmar Rocha (PSD) selaram a paz – com direito a elogios de Caiado para Vilmar.
Em coletiva de imprensa que aconteceu no começo da tarde desta quarta, depois de uma visita da comitiva pró-Vanderlan ao gabinete do prefeito Iris Rezende (clique aqui para ler a matéria), o governador disse em público que ele e Vilmar sempre se respeitaram, mesmo em momentos de divergência. “Assim, construir um acordo com Vilmar é muito fácil”, declarou Caiado.
O governador oficializou apoio a Vanderlan na última terça-feira (15), mesma data em que também formalizou o convite ao então pré-candidato Wilder Morais (PSC) para ser vice. Vilmar manifestou empolgação. “Quando Caiado disse que o vice que ele indicaria seria Wilder, todos concordaram e o Vanderlan teve grande entusiasmo pelo nome dele”.
Troca de amenidades que destoa do que aconteceu nos últimos 16 anos.
Cronologia
O Mais Goiás ouviu uma fonte que acompanhou de perto o enfrentamento entre Vilmar e Caiado. “Em 2004, Ronaldo já estava em ‘vai e vem’ com o Marconi, que teria levado nomes do DEM para o PSDB. Marconi apoiava a candidatura de Sandes Júnior para prefeitura de Goiânia e Caiado não queria, pois dizia que o então PFL deveria lançar nome próprio. Vilmar era contra e aí começou um estranhamento”.
Caiado articulou e conseguiu lançar Rachel Azeredo, que era do MDB – sem relação com a base marconista – e foi para o DEM. “No fim, ela não aglutinou e Vilmar estava certo. Mas Caiado fez o diretório nacional intervir para garantir a candidatura, pois se fosse para uma convenção corria o risco de perder.”
Em 2006, ocorreu o rompimento definitivo. “Mais uma vez, Caiado foi contra Vilmar, peitou a aliança com o PSDB e lançou Demóstenes Torres pelo DEM, com intervenção da nacional. DEM ficou sozinho, inclusive na chapa de deputado federal. Com isso, acabou elegendo só Caiado. Vilmar manteve a candidatura, mesmo sabendo que isso só serviria para auxiliar Caiado. Mas gerou mais desgaste. Já não tinha relação.”
Já em 2010, o DEM, por Vilmar, lançaria nome próprio. Desta vez, Caiado indicou José Eliton como vice de Marconi. O partido ficou na base até 2014, quando o hoje governador se desentendeu com Eliton, relembra a fonte.
Críticas
Daquele momento em diante, Caiado e Vilmar trocaram farpas pela imprensa em diversas ocasiões. Na ocasião da criação do PSD, em 2011, o agora governador disse que Vilmar, que estava de saída do DEM, era “um adesista, a pior qualidade que um político pode ter”. A fala foi dita após Rocha, que era secretário estadual da Casa Civil, afirmar que o Democratas em Goiás não tinha liberdade para definir as coligações eleitorais.
“Não vou perder tempo com o Vilmar Rocha não. Não perco tempo com adesista. Respeito opositor que queira discutir com ideias. Mas adesista para mim é a pior qualidade que um político pode ter. Não tem credibilidade moral para criticar os outros”, criticou Caiado, naquela data.
Já em 2019, em entrevista ao Jornal Opção, Vilmar disse que o governador tinha sintomas de populista. “No seu discurso e na sua atuação política, Caiado tem sintomas de populista.” Para o deputado Hélio, como adversários, “cada um tenta vender o peixe da sua maneira”.
Sobre a reaproximação, o parlamentar indica amadurecimento. Além disso, ele afirma que a composição tem uma lógica. “Se fizer uma análise rápida, estão cercando a candidatura do Maguito.”
Atrito
O deputado estadual Helio de Sousa (PSDB) foi do PFL – que deu origem ao DEM – por muitos anos. Helio diz, ao Mais Goiás, que “não se lembra” dos motivos que provocaram o rompimento.
“Foi um problema em Brasília, no diretório nacional do PFL. Foi questão eleitoral”, diz sem entrar em detalhes. “De lá pra cá, cada um tomou o seu caminho”.
Fontes hoje contactadas pelo Mais Goiás contam que o rompimento aconteceu porque Caiado queria pedir uma intervenção nacional do DEM para lançar candidatura própria contra Marconi Perillo (PSDB), governador à época. “Foi um fato isolado, eu não estava presente”, reiterou Helio.
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