Campanhas entraram na fase do pega pra capar
Campanhas eleitorais a partir de agora vão para o modo tiro, porrada e bomba na tentativa de virar votos
Campanha eleitoral é como jogo do Super Mario: são muitas e muitas fases.
Começa com a vontade íntima do candidato e consulta aos mais próximos. Depois, vem a fase das notinhas plantadas, falas dúbias, testagem de nomes. De forma concomitante, estão rolando articulações pesadas nos bastidores para viabilizar as candidaturas. O clima começa a esquentar quando as convenções partidárias estão rolando. No momento em que as campanhas ganham as ruas, ondas de rádio, programetes de televisão e redes sociais, os candidatos estão bonzinhos – se apresentam ao eleitor, falam do currículo, mostram propostas.
Quando chegamos à reta final, como agora a 11 dias do pleito, tem início a fase pega pra capar. Valesca Popozuda chamaria de período tiro, porrada e bomba. O que também é preciso.
São raros os candidatos que aceitam com candura a derrota que se aproxima conforme apontam os institutos de pesquisa. Aí entra a estratégia de desconstruir o adversário – uma expressão educadinha para a porradaria que se avoluma em cima do oponente. Muitas vezes, até mesmo com golpes abaixo da linha da cintura.
Em certas circunstâncias, uma pancada encaixa com jeito e o adversário bambeia as pernas. Por exemplo, se o eleitorado se lembra de algo incômodo da biografia do cara, pode até rolar nocaute. Outras vezes, as agressões geram efeito contrário e aumenta a rejeição daquele que profere os ataques. Depende muito do zeitgeist de cada eleição.
Para nós que trabalhamos analisando e comentando os fatos, essa é a fase mais divertida e excitante da eleição. É quando podemos observar o crescimento de alguma onda. Se vai pintar virada, se tem um arranque do primeiro colocado pra fechar a conta já no primeiro turno, se teremos algum fenômeno que aparece de forma improvável e atropela os figurões.
Se você gosta de fortes emoções, pode pegar o balde de pipoca para acompanhar dias nervosos. Se você é do time paz e amor que não gosta de bangue-bangue, é melhor se poupar e ficar longe das propagandas políticas nos próximos dias.
@pablokossa/Mais Goiás | Fotos: Jucimar de Sousa – Mais Goiás