SABATINA

Candidato ao Senado, Baldy defende piso salarial dos enfermeiros

“Já que 70% do imposto que pagamos vai para o governo federal, nada mais justo que ele banque uma parte desse pagamento”

Candidato ao Senado, Baldy defende piso salarial dos enfermeiros (Foto: Assessoria)

Candidato ao Senado, Alexandre Baldy (PP) defendeu o piso salarial dos enfermeiros nesta segunda-feira (5), durante sabatina na rádio CBN. No domingo (4), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso suspendeu a aplicação do piso.

A decisão vale até que sejam analisados dados detalhados dos estados, municípios, órgãos do governo federal, conselhos e entidades da área da saúde sobre o impacto financeiro para os atendimentos e os riscos de demissões diante da implementação do piso. O prazo para que essas informações sejam enviadas ao STF é de 60 dias.

Para Baldy, o governo federal deveria arcar com parte do orçamento para que a lei fosse cumprida. Ele lembrou que a maior parte dos impostos pagos pelo cidadão vai para os cofres da União. “Já que 70% do imposto que pagamos vai para o governo federal, nada mais justo que ele [governo federal] banque uma parte desse pagamento”, enfatizou.

Vale citar, o piso nacional para enfermeiros era no valor de R$ 4.750, 70% disso para técnicos de enfermagem e 50%, para auxiliares de enfermagem e parteiras. Segundo informações de bastidores, Baldy deverá articular reunião com representantes do Conselho Regional de Enfermagem de Goiás (Coren) e com o ministro-chefe da Casa Civil e presidente do Progressistas, Ciro Nogueira.

Ato em Goiânia

Vale citar, nesta manhã, enfermeiros, técnicos de enfermagem fizeram uma manifestação em frente ao Hospital de Urgência Governador Otávio Lage (Hugol), em Goiânia, pela suspensão do piso. Ao Mais Goiás, a presidente do Sindicato dos Enfermeiros de Goiás (Sieg), Roberta Rios, disse que a categoria vai lutar contra a suspensão do piso.

“A aprovação do piso salarial se deu pela luta dos trabalhadores da enfermagem. Ontem fomos surpreendidos com uma liminar que suspendeu a lei, que é constitucional e um direito nosso. Essa é mais uma afronta contra aqueles que sempre estiveram na assistência. É uma afronta que vai de encontro com os interesses dos patrões”, criticou.

Ação que motivou a suspensão do piso salarial dos enfermeiros

A decisão de Barroso foi motivada por uma ação da Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos e Serviços (CNSaúde). A entidade fala em riscos de demissões e redução na qualidade do serviço prestado por causa do impacto financeiro.

Já a Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante (ABCDT), amicus curiae (parte) na ação ação da CNSaúde, elogiou a decisão do ministro pela suspensão. “A decisão do STF estanca em caráter emergencial uma sangria que iria tornar insustentável a manutenção dos serviços de diálise pelo País. O ministro (…) demonstra (…) indignação de como se pode promulgar uma lei sem definir fontes de financiamento e, ainda mais, não se pensar na sustentabilidade da saúde no País.”