Candidato Cristiano Cunha promete trocar BRT por VLT em Goiânia, se eleito
Em sequência às sabatinas realizadas pelo Mais Goiás e BandNews FM, o portal entrevista, nesta…
Em sequência às sabatinas realizadas pelo Mais Goiás e BandNews FM, o portal entrevista, nesta tarde de quinta-feira (28), o candidato a prefeitura de Goiânia pelo PV, Cristiano Cunha. Ele é advogado, presidente estadual da sigla e concorre ao paço pela primeira vez.
Além disso, Cunha já foi secretário de Meio Ambiente da Prefeitura de Trindade e secretário da Prefeitura de Goiânia.
A entrevista é uma sequência às sabatinas realizadas pelo Mais Goiás e BandNews FM, que ouviu os seis mais bem colocados postulantes ao paço municipal de acordo com a primeira rodada da Pesquisa Ibope. Nesta semana, o portal conclui as entrevistas com os demais candidatos presentes na disputa.
Entrevista
Mais Goiás – O PV passou por alguns imbróglios neste ano. A saída do deputado estadual Eduardo Prado da legenda, a briga pelo diretório municipal. Essas questões prejudicaram o projeto da sigla para as eleições deste ano de alguma forma? Isso interferiu na formação da chapa de vereadores, uma vez que não foi feita chapa completa (33 candidatos)?
Cristiano Cunha – Atrapalhou um pouco a saída de Prado, pois alguns deixaram de vir. Mas o maior problema foi a direção que havia sido nomeada, e precisou judicializar a questão. O ex-presidente veio com a proposta de trazer vários nomes e, no fim, não tinha esses nomes. Como estava em um prazo adiantado, foi difícil (montar a chapa).
Mais Goiás – O PV está rachado em Goiás?
Cristiano Cunha – O PV não rachou. A questão da direção municipal foi pontual. A questão não foi estadual – quem saiu é porque não tinha compromisso com o partido. Em nível de Goiânia, os que ficaram estão firmes. Estamos trabalhando para eleição de dois vereadores. Estamos bem motivados, a chapa de vereadores foi bem homogênea.
Mais Goiás – O partido conversou com muitas siglas em busca de composição. Seja como titular ou vice. Por que não deu certo?
Cristiano Cunha – Todos (os grandes) com quem conversei ofereceram só espaço no governo. E os demais ofereceram só vice e não queríamos ser coadjuvantes. Nós oferecemos a vice para o PRTB e Rede.
O PRTB disse que não teríamos condição de atender para impulsionar a chapa de vereadores e a Rede queria candidatura própria, mas acabou cedendo para o PSB. A nacional me questionou, mas como não conseguimos, resolvemos por chapa pura.
Mais Goiás – Acredito que seu plano de governo seja o mais curto entre os candidatos. Ele parece mais uma carta de intenções. Acredita que essa superficialidade pode atrapalhar de alguma forma?
Cristiano Cunha – Não, porque tenho esclarecido nas redes sociais – nosso horário de TV, que é pequeno – e nas sabatinas, debates, os tópicos. Ficou de forma genérica, mas o intuito é aprimorar. Mas ele ser assim foi requisito para não ficar engessado. Preferimos dessa forma, mais global. Preferimos que fosse mais flexível.
Mais Goiás – Na parte de meio ambiente, você fala em implantação do programa IPTU Verde. O que seria isso?
Cristiano Cunha – Antigamente, as residências tinham quintal, gramado, árvores. Hoje virou tudo cimento. Antes, a água da chuva permeava o solo e chegava ao lençol freático e hoje não. Então, pretendemos incentivar a construção de áreas verdes, o uso de energia solar (e limpas), fazer teto verde para diminuir a temperatura. Quanto mais atingir as metas, mais desconto no IPTU.
Mais Goiás – E não vai fazer falta esses valores descontados?
Cristiano Cunha – Vamos gerar um benefício. Vai gerar economia em outros aspectos. Quando recolhe o óleo, ele não vai para rede de esgoto. O asfalto vai desgastar menos. Além disso, terá vários efeitos positivos, que impactam até na saúde.
Mais Goiás – Sobre isso: “Finalização de obras paradas e construção de novas – CMEIS, escolas secundaristas, praças, áreas poliesportivas.” Já existe um levantamento financeiro? Qual a prioridade entre essas coisas? E sobre CMEIs, já foi algum estudo de custos, prazo e tempo para amparar as cerca de 6 mil crianças fora da escola?
Cristiano Cunha – Ainda não levantamos o custo. Como não temos recurso do partido para esses levantamentos, não fizemos. Pretendemos, então, fazer uma análise. Sobre os CMEIS pretendemos ampliar os já existentes, contratar profissionais e fazer parcerias com a rede privada e igreja, inicialmente, para reduzir custos para a prefeitura. Não só o País, mas o mundo inteiro vai ter redução de receitas.
Eu não faço propostas que são inatingíveis. O Paulo Garcia chegou a prometer a construção de 80 CMEIS e não fez. Isso é coisa de político profissional, que diz o que a pessoa quer ouvir. Sou bem transparente e pé no chão.
Mais Goiás – O que são os projetos Drenagem Urbana e Cidade Conectada? Como serão viabilizados e como vão funcionar?
Cristiano Cunha – Drenagem Urbana está ligado a pontos do meio ambiente. Tratar dos pontos de alagamentos. Faremos estudos dos pontos para preparar as ruas, avenidas e áreas de deságue. No Bosque dos Buritis, em frente ao Tribunal de Justiça, se chover pesado alaga. Então queremos fazer as bacias de contenção para levar água a represas e lagos. Esse custo ainda não temos.
Cidade Conectada é ter a cidade na palma da mão, no aplicativo. Tudo que precisar, fazer por ali. Se precisa agendar na saúde, ter um que funciona. Sabemos que existe um, mas que não funciona. Em educação, ver onde tem vaga de CMEIS. Precisa de licença, conseguir tirar. Desburocratizar. Precisa substituir uma luz no poste, como é georreferenciamento, é fácil identificar o local.
Mais Goiás – E onde não tem internet?
Cristiano Cunha – Temos o projeto de desenvolver coworking [espaço compartilhado], funcionando junto com a biblioteca digital. Pretendemos colocar na região central, mas nas regiões mais carentes.
Mais Goiás – E como vai funcionar esse espaço compartilhado?
Cristiano Cunha – Por agendamento. No caso de cursos de start up e planejamento, que exigem mais tempo, será feito um estudo, e serão ofertadas as vagas. Uma parte dentro do coworking será para esses cursos.
Ainda não se sabe quantos serão preciso instalar na cidade. Mas, pelo menos, um por região, inicialmente. Mas precisamos ver a demanda.
Também pensamos em desenvolver dentro das escolas. A ideia é sempre utilizar o que já existe de estrutura pública. Nosso trabalho será sempre com parcerias, pois sabemos da situação do município. Está com caixa, mas existem muitas obras para terminar e pretendemos tocá-las nos primeiros meses, além de ajustar a questão de saúde e educação.
Mais Goiás – No eixo da cultura, tem uma proposta para incluir artistas diversos no ensino público municipal. Como assim? Como funcionaria e qual o intuito?
Cristiano Cunha – O intuito é desenvolver a cultura, fazer oficinas de teatro. Queremos tirar as crianças das ruas com teatro e esporte. Os artistas seriam locais. Também é uma forma de valorizar esses profissionais que têm sofrido bastante.
Meu vice é o Carlos Moreira (do Teatro Carlos Moreira) e representa os artistas. Hoje não temos nenhum representante em Goiânia para essa categoria.
Mais Goiás – “Majorar o adicional de insalubridade em, no mínimo, 25% e, no máximo, 40%”, diz outro trecho, desta vez na saúde. Isso é viável? De onde viria esse dinheiro?
Cristiano Cunha – Primeiro temos que fazer uma perícia ambiental para ver a necessidade de cada profissional. Será feito um mapeamento na rede de saúde para ver qual deve receber o valor mínimo, médio e máximo. O que pretendemos é diminuir o número de comissionados para compensar essa insalubridade.
Mais Goiás – E o “cobertor” não fica curto se retirar comissionados?
Cristiano Cunha – Temos que mudar esse conceito. Já trabalhei na prefeitura. Não precisaríamos de todos. E também já trabalhei com aumento de produtividade. Como tenho essa experiência, pretendo reduzir os comissionados e otimizar o trabalho dos concursados, por meio da valorização.
Mais Goiás – Na parte de economia e trabalho não há nada para minorias. Você também pensa nesses segmentos?
Cristiano Cunha – As minorias queremos colocar nos coworkings, geração de emprego e renda, incentivos de linhas de créditos, com parceria com os governos estadual e federal. No plano temos a previsão de qualificar aqueles com mais necessidade criando a Escola Goianiense das Profissões. Esta proposta é para atender os mais carentes e as minorias.
Mais Goiás – Outra coisa que não tem no plano é a questão da mobilidade urbana e transporte público. Existe algo planejado nesse sentido?
Cristiano Cunha – Em relação ao transporte público, queremos analisar o contrato, que é guardado a sete chaves. Ninguém sabe como ele é e se está sendo cumprido. Se precisar vamos romper, se não estiver sendo cumprido.
Também vamos analisar se é viável o município assumir a arrecadação.
Outra coisa é trocar o BRT por um VLT (veículo leve trilhos, carrega até 150 passageiros). Seria mais fácil adaptar no BRT, não teria um custo muito grande – é alto, mas é viável. Para viabilizar faríamos parcerias. Na verdade, não sei porque não desenvolveu antes, é porque não pensa em transporte limpo.