Característica de “obreiro” é o que marca Iris, dizem cientistas políticos

O prefeito Iris Rezende (MDB) realizou, nesta sexta (18), o provável balanço final de sua atuação política à frente de Goiânia. O emedebista, que anunciou a sua aposentadoria em agosto, ignorou o pleito e focou seus últimos meses na administração da cidade – e nas obras. E esta atuação focada em infraestrutura é justamente a característica marcante do emedebista na visão de cientistas políticos.

Obreiro

Para o cientista político Itami Campos, o balanço feito por Iris condiz com a realidade da gestão. “O saldo é positivo”, avalia. Segundo ele, o prefeito é conhecido por ser um “obreiro” e, apesar de no primeiro momento não ter conseguido se dedicar ao “canteiro de obras” – por questões de dívidas da gestão anterior –, tem realizado muitos trabalhos.

Sobre a atuação pós-administração, Itami afirma que não acredita que o emedebista se afaste do mundo político. “Continua sendo alguém, cujo nome e liderança será procurado.”

Marketing

Doutor em Ciências da Comunicação e Especialista em Políticas Públicas, o professor Luiz Signates também verifica a “característica obreira” de Iris. “O fato de seu marketing de despedida ser concentrado em obras não é estranhável. Ao longo de sua enorme carreira política, Iris se notabilizou justamente por suas realizações físicas: estradas, asfalto, moradias, viadutos.”

O docente, contudo, indaga: “Resta saber agora se o escritório da T-9 receberá, além dos amigos, os governantes e as lideranças políticas e partidárias, para a costura de sempre?”

Legado

Já o mestre em comunicação e doutorando nesta área, o professor de marketing político Marcos Marinho diz que, “até pelas pesquisas”, essa última gestão de Iris o coloca como membro perpétuo dos grandes políticos brasileiros, sobretudo de Goiás. Ele observa que, nos dois últimos anos, após perceber que já tinha conseguido algum tipo de estrutura, foi em busca de deixar o legado – com uma grande quantidade de obras.

“Há medidas que poderiam ser melhores, nem tudo foram flores. Mas o modelo de gestão é muito focado na infraestrutura e ele entendeu que o asfalto era prioridade, assim por diante.” Marinho reforça, contudo, áreas sem tantos avanços, como a saúde (reforçada pela Covid) e outros.