Cavalhadas será suspensa neste ano, em Pirenópolis

O prefeito de Pirenópolis João do Léo ainda não assinou o decreto que suspende a tradicional festa das Cavalhadas neste ano, mas deve fazê-lo ainda nesta quinta-feira (26). “Não nos resta outra coisa a não ser resguardar o nosso povo e o valor pela vida”, afirmou o gestor, que aguardava o documento em casa e acometido de uma labirintite. A preocupação é o surto de coronavírus no mundo e a quarenta que, em Goiás, será reavaliada em 4 de abril.

Questionado sobre a possibilidade de adiamento, ele afirma que se trata de uma festa de grandes proporções e adiar trabalhando uma incerteza, com investimento alto, não seria justo. “Pois as pessoas fazem preparativos com antecedência, compram roupas de cavaleiros…” Ainda segundo ele, “o adiamento seria prorrogar uma situação, na qual não daria para fazer uma festa como ela merece e existe em nossas vidas”.

A decisão, ele afirma, foi conversada com o Ministério Público de Goiás (MP-GO) e também o padre Augusto, da Paróquia Nossa Senhora do Rosário, da cidade. O evento aconteceria no final do mês de maio. “Não é notícia boa, mas a medida tem que ser tomada.”

Cavalhadas

O cenário das Cavalhadas consiste em uma representação das batalhas entre cristãos e mouros que ocorreram durante a ocupação moura na Península Ibérica (século IX ao século XV). A festividade ocorre em 11 municípios: Pirenópolis, Santa Cruz de Goiás, Palmeiras de Goiás, Posse, Jaraguá, Crixás, Hidrolina, São Francisco de Goiás, Santa Terezinha de Goiás, Corumbá de Goiás e Pilar de Goiás.

São dois exércitos com 12 cavaleiros cada, que durante três dias se apresentam, encenando a luta. Em meio a tudo isso, os mascarados saem às ruas, a cavalo ou a pé, fazendo algazarras. Entre uma região e outra, pequenas mudanças são percebidas nas Cavalhadas. Porém, todas têm a mesma tradição e regra. É um evento que ocorre logo após os festejos do Divino Espírito Santo.