Relatório

CEI da Saúde aprova recomendação de exoneração de Fátima Mrué; indiciamento de Íris é descartado

A Comissão Especial de Inquérito (CEI) que apura irregularidades na Saúde municipal vota, nesta sexta-feira…

A Comissão Especial de Inquérito (CEI) que apura irregularidades na Saúde municipal vota, nesta sexta-feira (18), o relatório do vereador Elias Vaz. O primeiro item a ser discutido e definido na reunião foi a exoneração da titular da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) Fátima Mrué. A recomendação foi aprovada por cinco votos a um, de modo que o único opositor à indicação foi o vereador Paulo Daher (DEM).

De acordo com Vaz, erros de gestão estão presentes em diversas frentes, como na perda de recursos do governo federal destinados ao Samu e no desperdício do dinheiro público no caso de latas de leite especial vencidas no almoxarifado da SMS. “Outro exemplo é a assinatura de contratos lesivos, como a terceirização do serviço de raio-X, enquanto a prefeitura dispõe de sete aparelhos novos, ainda na caixa, e a aquisição de um software para marcação de consultas, exames e cirurgias, sem licitação, por R$ 4,2 milhões”.

Dono do único voto contrário nesse quesito, Paulo Daher justificou a posição afirmando que a responsabilidade pelo “caos” na saúde da Capital deve ser tripartite, compartilhada entre Município, Estado e União. No entendimento do vereador, o Estado de Goiás, tem participação crucial nos problemas vividos pelo município.

“O estado tem uma participação muito maior no caos que se instalou em Goiânia. A exoneração da Fátima, por si só, não é satisfatória. Vou, inclusive, apresentar emenda para propor o indiciamento do ex-governador Marconi Perillo, que não investiu o mínimo de 12% exigido pelo Ministério da Saúde durante sua gestão. Ele foi o grande algoz da saúde em Goiânia e em outras cidade. A secretária está enfrentando dificuldades decorrentes da omissão do estado”.

Sete vereadores participam da votação. São eles: Dra. Cristina (PSDB), Paulo Daher (DEM), Elias Vaz (PSB), Jorge Kajuru (PRP), Carlim Café (PPS) e Anderson Sales Bokão (PSDC). O presidente da comissão Clécio Alves (MDB) vota apenas em caso de empate.

Íris

O Vereador Daher, Bokão e Café solicitaram a retirada do nome de Íris Rezende (MDB) dos dois tópicos em que ele era citado no relatório. Após empate, a votação foi concluída por Clécio Alves por quatro votos a dois, em favor do prefeito. O nome do líder do Executivo constava no item sobre o “modelo lesivo de contratação da empresa Neo Soluções para manutenção da frota”, referente a gastos com manutenção de veículos da prefeitura, e “pagamento irregular de mestrado” a duas servidoras que não foram aprovadas para cargo de nível superior.

Na oportunidade, Dra. Cristina afirmou que a retirada do nome do prefeito seria “insistir no erro”. “O não indiciamento de Íris é a não resolução dos problemas da Saúde de Goiânia. Se isso ocorrer, ele vai continuar fazendo o que quiser. Isso foi o que ele disso. A Saúde vai continuar um caos. A regulação não funciona. Médicos nos chamavam diziam que atendiam 20 pacientes em uma hora e agora não conseguem atender cinco por dia, porque voltaram a trabalhar com caneta e papel. Vamos assistir a suspensão de repasses do Governo Federal. O relatório é uma resposta técnica, de levantamento, de provas que foram assumidas por Íris”.

Por outro lado, o parlamentar Carlin Café defendeu o prefeito. “Não quero entrar para a história desse homem indiciando ele, que tem 60 anos de vida pública. Vamos ajudá-lo, acho que podemos contribuir. Cabe a nós mostrar a realidade e encaminhar aos órgãos competentes”. afirmou.

Em desempate, Clécio afirmou que vota pela retirada do nome de Íris porque considera um equívoco achar que os problemas seriam resolvidos com o indiciamento do prefeito. Ainda, ele destacou que os problemas vividos por Goiânia tem relação com “má gestão” praticada por Marconi. “Perillo é extremamente responsável pela má saúde. Isso é indiscutível, o povo está morrendo e sendo maltratado. Íris foi eleito para administrar a cidade e está cumprindo este papel. Essa casa tem obrigação imensa de ajudar a colocar Goiânia nos trilhos. Eu não tenho dúvidas, por questão de justiça, pela história desse homem que, em 60 anos, nunca sofreu questionamento judicial”. Confira no vídeo: