Investigações

CEI da Saúde faz sua penúltima reunião nesta sexta-feira (4)

A Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga indícios de irregularidades em torno da Saúde Municipal…

Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga indícios de irregularidades em torno da Saúde Municipal chega a suas reuniões finais. Nesta sexta-feira (4), os vereadores devem ouvir o procurador do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), junto ao Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE), Fernando dos Santos Carneiro e o promotor de Justiça, Érico de Pina Cabral, ex-titular do Centro de Apoio Operacional da Saúde (CAOs).

Além dos depoimentos, a CEI deve discutir também os gastos que a SMS teve com publicidade para televisão. Conforme documentos enviados pela pasta após solicitação da vereadora Cristina Lopes (PSDB) foram gastos R$ 377.470,00, sendo R$ 19.635,00 na produção e R$ 357.470,00 para divulgação de um minuto de propaganda sobre o cais do Novo Horizonte.

A parlamentar acredita ser necessário discutir a veiculação da propaganda, pois o cais Novo Horizonte, bem como as demais unidades de saúde da capital, não apresentam condições necessárias para o bom atendimento da população. A próxima e última reunião da CEI está prevista para quarta-feira (9) e, segundo Clécio Alves, vai ouvir o secretário estadual de saúde, Leonardo Vilela, e membros do corpo técnico da pasta.

Conclusão

A CEI da Saúde deve entregar o relatório final até o dia 21 de maio. O documento reúne a conclusão das investigações da comissão e serve como diretriz para ações a serem tomadas junto à justiça.

O relatório deve ser elaborado pelo relator da Comissão, vereador Elias Vaz (PSB), que se comprometeu a entregar o documento aos demais membros da comissão com uma semana para o fim do prazo, de modo que possam ser feitas correções e ajustes, caso necessário. No relatório, os parlamentares devem apontar os responsáveis pela má administração da Saúde, que serão indiciados posteriormente.

O vereado Clécio Alves (MDB) explica que ainda não é possível elencar quem serão os indiciados, mas que os envolvidos na má administração da Saúde municipal não vão ficar impunes. O parlamentar conta que o relatório vai ser enviado para o Ministério Público de Goiás com todas as irregularidades identificadas pela CEI.

Dentre os problemas encontrados pela comissão, Clécio destaca a compra de um software para gerenciar os atendimentos da rede municipal. Após ouvir o secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho, Ciência e Tecnologia de Goiânia (Sedetec), Ricardo Deval Borges, os vereadores constataram que a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) comprou um sistema no valor de R$ 4,2 milhões sem consultar antes servidores da pasta para encontrar uma solução mais barata e eficiente.

Clécio aponta ainda os gastos de R$ 11 milhões com terceirização do exame de raio-x, quando a prefeitura adquiriu 13 aparelhos que estavam guardados, ainda sem uso, em um almoxarifado. Segundo a comissão, seis unidades de saúde estavam enviando pacientes para a realização do exame em outros locais pois não havia filmes necessários para a ‘impressão’ dos raio-x.

O vereador contou que após o fim da CEI, seus membros devem se reunir em uma Comissão Temporária que vai ser criada com o intuito de garantir que as determinações presentes no relatório sejam cumpridas, bem como fiscalizar novas irregularidades que venham a surgir no âmbito da Saúde municipal. “Até o final desta legislatura continuaremos com este trabalho, buscando a dignidade e respeito que o povo merece”, argumenta.

* Amanda Sales é integrante do programa de estágio do convênio entre o CIEE e o Mais Goiás, sob orientação de Thaís Lobo.