Celso de Mello chama Bolsonaro de “medíocre” que tem “aversão” à democracia
"Bolsonaro traduz, em sua trajetória política, a imagem de um governante que não está, como jamais esteve, á altura do cargo que exerce"
Em mensagem ao ex-secretário da Casa Civil de São Paulo Luiz Marrey, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello afirmou que Bolsonaro (PL) é “medíocre” e tem “aversão” à democracia. O documento foi revelado pelo Poder360.
“Bolsonaro, além de sua distorcida visão de mundo (‘Weltanschaaung’), sustentada e exposta por quem ele realmente é, desnuda-se ante a Nação como um político medíocre e que, além de possuir desprezível espírito autocrático, também expôs-se, em plenitude, em sua conduta governamental, como a triste figura de um presidente menor, sem noção dos limites éticos e constitucionais que devem pautar a conduta de um verdadeiro Chefe de Estado, capaz de respeitar a autoridade suprema da Constituição da República”, diz trecho da mensagem ao também ex-procurador-geral de Justiça de São Paulo.
Para Celso, falta ao presidente “o valor fundamental da ‘gravitas’ [personalidade ética], que era uma nobre qualidade exigida pelos Romanos em relação aos que exerciam funções abrangidas pelo ‘cursus honorum’ [caminho da honra]”.
E ainda: “Na realidade, Bolsonaro – que constantemente insinua a possibilidade de um ‘coup d’État’ [golpe de estado], tal a sua profunda aversão à ideia eticamente superior de democracia constitucional – traduz, em sua trajetória política, a imagem de um governante que não está, como jamais esteve, à altura do cargo que exerce, pois lhe faltam estatura presidencial e senso de estadista.”
Celso de Mello deixou o STF após 31 anos no fim de 2020. Ele foi sucedido por Kassio Nunes Marques.