CONGRESSO

Centrão pode acabar com fôlego da CPI da Covid, diz cientista político

Nesta terça-feira (18), senadores ouvem ex-chanceler Ernesto Araújo

CPI pede que Saúde informe gastos em tentativa de trazer vacinas da Índia (Foto: Edilson Rodrigues / Agência Senado)

A condução da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura suposta negligência do governo federal no combate à pandemia de Covid-19 no Senado pode perder o fôlego, a depender da condução do presidente Omar Aziz (PSD). A avaliação é do cientista político Guilherme Carvalho. Nesta terça-feira (18), os senadores ouvem o ex-chanceler Ernesto Araújo.

Para o cientista político, a condução da CPI pelo presidente da Comissão, Omar Aziz, a despeito da contundência do relator Renan Calheiros (MDB), está pautada pelo que chama de “sentido de sobrevivência do Centrão“, do qual o senador é membro. Neste sentido, a atuação dele está tímida e conivente, que preserva o governo federal, criando uma fraqueza institucional da Comissão.

“Quando a maioria, que apoia o governo, percebe essa fraqueza institucional, tendem a se agigantar no debate. Com isso, daqui para frente, a tendência é que a CPI perca força e acabe em pizza“, avalia. “A CPI nasceu com bastante energia, mas tende a perder o combustível e pelo descrédito gerado pela fraca atuação de Omar Aziz”, continua.

Na próxima quarta-feira (19), a CPI deve ouvir o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello.

Oposição

Guilherme Carvalho aponta que mesmo que a atuação da CPI fosse, por parte de Omar Aziz, mais contundente, não haveria fortalecimento do ex-presidente Lula (PT) no processo político eleitoral. O cientista político afirma que o fraco desempenho econômico do governo é que torna o petista mais viável para 2022.

“A crise na Saúde desgasta o governo. Mas não é o principal que Lula possui”, diz. “A agenda da Economia, somada com a memória afetiva de tempos próspero durante o governo petista são os principais cabos eleitorais de Lula”, aponta.