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Chape virou patrimônio nacional

Talvez o dia mais triste do futebol brasileiro... Ainda assim, a solidariedade desperta os olhos para um trabalho bem feito em Santa Catarina

A tragédia costuma gerar comoção. Como poucos momentos, chama a atenção para coisas positivas, no meio de muita tristeza. A Chapecoense virou patrimônio nacional, exemplo de como as coisas podem dar certo no país.

Em 2009, começou a ser disputada a Série D, a quarta divisão do futebol brasileiro. Curiosamente, a Chape estava lá e conseguiu o seu primeiro acesso, com um terceiro lugar na competição. No ano seguinte, já subia para a Série B. Mais três temporadas e subia de novo, junto com o grande Palmeiras, para jogar contra as maiores equipes do país. E lá está há três temporadas.

Orçamento pequeno, bancado por empresários da cidade de pouco mais de 200 mil habitantes. Com o sucesso das últimas temporadas, virou febre na cidade. Foi campeã catarinense e tinha objetivo de se manter bem na elite fo futebol brasileiro e chegar à final de uma das copas que participou no ano. Chegou à Sulamericana, em sua segunda disputa internacional.

O time bom e barato. Sem grandes estrelas, tentando resgatar jogadores sem oportunidade em outros clubes, misturados com outros da região. O simples que, bem feito, costuma dar certo. Quando se tem um pouco de planejamento e a garantia de que o dinheiro não falte no fim do mês.

Que a Chapecoense consiga retomar o caminho, com a ajuda dos outros times da Série A e a solidariedade deste momento de um dos dias mais tristes da história do futebol brasileiro. A perda de jogadores, comissão técnica e dirigentes chamou a atenção para um trabalho bem feito nos últimos anos e que conseguiu despertar o interesse dos mais jovens.

É isso que nova o futebol. É isso que renova o país. Que essa lição seja seguida.