Cícero Lucena e Marcelo Queiroga vão ao 2º turno em João Pessoa
Mulher de Cícero Lucena chegou a ser presa em operação da PF que investiga atuação de facções nas eleições
(Folhapress) O prefeito Cícero Lucena (PP) e o ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga (PL) vão disputar o segundo turno em João Pessoa.
Com 100% das urnas apuradas, o atual mandatário da cidade obteve 49,16% dos votos válidos (205.122 no total) ante 21,77% do aliado de Jair Bolsonaro (90.840 votos). O deputado federal Ruy Carneiro (Podemos) ficou em terceiro com 16,71%.
Ao avançar para o segundo turno em João Pessoa, Queiroga (PL) disse que vai buscar apoios dos adversários na primeira etapa, o ex-prefeito Luciano Cartaxo, do PT, e de Carneiro.
“Tenho uma relação muito boa com Luciano. Tenho certeza que ele não apoiará o que está aí. Seus eleitores irão votar conosco”, disse. Queiroga também fez questão de ressaltar que o seu líder político é o ex-presidente Jair Bolsonaro.
“O meu líder é maior Jair Messias Bolsonaro, que confiou a mim uma grande missão que foi ser ministro da Saúde e agora nos apoiou fortemente nas eleições aqui em João Pessoa e a nossa madrinha que é a primeira-dama Michelle Bolsonaro. Quero agradecer a minha esposa, aos meus familiares e agradecer ao meu vice, Sérgio. Vamos fazer uma gestão a quatro mãos”, acrescentou.
Já Cícero Lucena, que era cotado para vencer ainda no primeiro turno, disse estar preparado para, segundo ele, encarar uma campanha de baixo nível.
“Temos as melhores propostas contra a campanha de baixo nível com perseguição, com maldade, com mentiras, mas mesmo assim a maioria de 49% dos eleitores que compareceram às urnas disseram que a nossa proposta é a melhor”, disse. “Agora vai ser a disputa entre dois gestores, João Pessoa vai escolher aquele que conhece a cidade. Quem sabe dos seus problemas que propõe a sua soluções que tem aliados comprometidos”.
Durante o período eleitoral, Cícero viu seu favoritismo ser ameaçado pela operação Território Livre, da Polícia Federal, que investiga o envolvimento de facções criminosas na eleição da capital paraibana e o aliciamento violento de eleitores.
A primeira-dama de João Pessoa, Lauremília Lucena, foi presa no sábado (28), a uma semana do pleito. Na terça-feira (1º), a Justiça Eleitoral da Paraíba revogou a prisão dela, afirmando que a primeira-dama não tem condenações criminais na Justiça, possui residência fixa e ocupação lícita e constituiu advogado.
As investigações indicam a existência de um possível esquema criminoso em que integrantes da prefeitura viabilizavam a nomeação de servidores comissionados indicados por membros de facções. Em contrapartida, o grupo do prefeito receberia o apoio político e controle de territórios nas eleições.
No inquérito da Polícia Federal, a primeira-dama é apontada como responsável por gerenciar os pedidos dos cargos e contratações na prefeitura, onde não tem cargo oficial.
No dia da prisão, o prefeito Cícero Lucena se disse alvo de “um ataque covarde e brutal” e que Lauremília demonstrará na Justiça que é vítima de perseguição.
Também afirmou que há um uso político de instituições para influenciar a campanha eleitoral em João Pessoa. E acusou os adversários de divulgar inverdades sobre Lauremília, com o intuito de “manchar a honra de uma mulher íntegra, respeitada e querida pelo povo paraibano”.
Candidato de Jair Bolsonaro, Marcelo Queiroga (PL) não contou com a presença do ex-presidente durante a sua campanha. Quem visitou João Pessoa foi a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, já na última quinta-feira (3), mas com pouco efeito de mobilização.
Queiroga foi criticado pelos seus adversários pela condução na pandemia de Covid-19 e por não ter trazido recursos ou ações para João Pessoa durante o período em que foi ministro da Saúde.